8 de agosto de 2015

Daniel Matador - Em Nome do Pai

Este domingo será um dia para reunir pais e filhos na Arena.

Caros

Neste domingo de um inverno de agosto com cara de verão, onde as temperaturas passarão dos 30 graus, teremos a já tradicional data do calendário comercial brasileiro conhecida como Dia dos Pais. Pois exatamente neste dia teremos jogo na Arena, assim como ocorreu no Dia das Mães, quando a gloriosa CBF nos botou a jogar às 11 da manhã e ferrou com os planos de quem queria comparecer ao jogo mas não poderia deixar de confraternizar com a progenitora. Desta vez a coisa tende a ser um pouco diferente. Primeiro porque o horário é bem mais administrável (18h30min) e também porque, via de regra, o futebol é uma atividade que costuma unir pais e filhos. Um dos maiores orgulhos de um pai gremista é poder levar seu filho ao estádio e vê-lo crescer tendo a paixão pelas três cores impregnada na alma. Por isso mesmo este jogo também será um evento que unirá gerações.

Em 1993 o Grêmio estava remontando-se e iniciando a formação da base para aquele que seria o time mais assombroso dos anos 90. Carlos Miguel, hoje comentarista da Grêmio Rádio Umbro 90.3 FM, despontava naquele grupo que sagraria-se Campeão Gaúcho. Aliás, uma ressalva: na foto do time campeão aparece um rapaz que, apesar de seus 23 anos, já era pai de três filhos e conquistava ali o único título de sua carreira profissional. Seu nome era Dener. Neste mesmo ano de 1993 o cinema produzia uma das maiores obras da década de 90, considerada a década de diamante da indústria cinematográfica: Em Nome do Pai, protagonizada por Daniel Day-Lewis. O filme conta a história de um jovem preso injustamente por uma ação de terrorismo, cujo pai acaba também sendo preso por tentar defendê-lo. Quem ainda não assistiu, não sabe o que está perdendo.

Pois na história do Campeonato Brasileiro, pode-se dizer que o Grenal também tem um pai e um filho. O pai é o Grêmio, que venceu 20 das 50 partidas disputadas pela competição, sendo que outras 13 terminaram empatadas. O outro time continua atrás nesse placar. No ano passado eu estive na Arena para acompanhar o aumento dessa marca e vislumbrei a mítica goleada aplicada pelo time treinado por Felipão. Desta vez, nem exijo tanto. A vitória já seria importantíssima para aproximar o time das primeiras posições, local onde tem figurado por boa parte do campeonato desde que Roger assumiu o comando técnico. Do outro lado, uma semana turbulenta, com atrasos de salário, desentendimentos, demissão de técnico, empréstimo bancário para saldar dívidas, saída de jogadores e uma série de outras situações.

No ano passado o pai aplicou uma tunda no filho em casa.

Mas o Grêmio não tem nada com isso, vai receber o filho em casa e quer presente de Dia dos Pais. Roger deverá mandar a campo um time com Grohe no gol, tendo Geromel e Erazo na zaga. Galhardo e Marcelo Oliveira são a tendência para ocuparem as laterais. No meio, Edinho deve substituir o suspenso Walace, juntando-se a Maicon na volância. Douglas, Giuliano, Luan e Pedro Rocha devem completar o restante da equipe.

É natural que o filho um dia cresça e busque seguir o exemplo do pai, aquele que primeiro conquistou tudo na vida. Isso é bonito, faz parte. Mas, enquanto o pai for vivo, o filho pede a bênção quando vem na casa dele. E vai ter que ser assim neste domingo também. O tricolor terá que vencer para mostrar quem é que continua mandando na história dos Grenais do Campeonato Brasileiro. É uma vitória que terá de vir em nome do pai.

Saudações Imortais