15 de agosto de 2015

Daniel Matador - A vocação do mal é perder

"O bem sempre vence. Mesmo que, vez por outra, em alguns períodos, o mal prevaleça. Porque vencer é a vocação do bem, não do mal. A vocação do mal é uma só: a vocação do mal é perder."
Leidan Kejer

Caros

Esta semana de agosto não trouxe desgosto algum para a torcida tricolor. Ao contrário, este tem sido um período de gratas alegrias para a massa gremista. Aqueles que estiveram na Arena no último domingo têm ciência de que foram testemunhas oculares da história. Viram com seus próprios olhos o time do Grêmio DEMOLIR seu tradicional adversário. Assistiram um MASSACRE de uma equipe bem treinada e disposta sobre um amontoado de patéticos elementos que tentavam, sem sucesso, sobreviver com um mínimo de dignidade. Tal qual Shaka desferindo o Tesouro do Céu, cada gol marcado na Arena parecia privar a outra equipe de um de seus sentidos, até que nada mais sobrasse e restasse apenas um morto-vivo a ser enfrentado (só os fortes entenderão essa metáfora).

Ah, mas os infiéis, eles estão sempre por perto! Aqueles que já contaminaram-se com a semente da desconfiança e beberam do cálice da incredulidade. O acachapante RODIÃO aplicado na turma da beira do lago não podia ser tirado da mente, mas ainda assim as vozes já tentavam agourar, demonstrando que esqueceram-se por completo como é bom curtir momentos assim. "Não ganhamos nada, o time é fraco, o campeonato é longo, vamos enfrentar o líder na próxima rodada, aí caímos na real!" E o galo foi depenado em seu próprio galinheiro, em mais uma exibição de gala dos comandados de Roger. Este talvez tenha sido o jogo onde a aplicação tática e anímica dos preceitos do técnico tricolor mais tenha surtido efeito. E o resultado assombrou o mundo, que repercutiu em peso aquele que muitos estão chamando de "o contra-ataque perfeito". Esse é o Grêmio que cala. E calou um Mineirão com quase 50 mil almas embasbacadas.

Neste domingo a Arena receberá uma equipe que está mais preocupada em não ser rebaixada do que qualquer outra coisa. O que pode sempre complicar um jogo que, em tese, tenderia a ser relativamente fácil. Luan não joga, por haver levado o terceiro cartão amarelo diante do Atlético-MG. Uma estratégia interessante, visto que acaba por preservar-se para embates mais importantes. E Bobô pode fazer sua estreia como titular por conta disso. O restante do time deve ter os mesmos nomes que iniciaram a partida no Mineirão. Uma vitória consolida ainda mais a posição no G4 e vai incutir o pavor no coração dos adversários. Porque, se deixarem o Grêmio chegar, aí o bicho vai pegar. Por isso mesmo, vá à Arena neste domingo. Você também pode ser testemunha da história.

Roger tem conseguido aplicar seus métodos de forma eficaz no Grêmio.

Há uma série de fatores que fazem com que um técnico consiga aplicar suas ideias e objetivos em um time. A primeira delas, por óbvio, é ter ideias e objetivos. Saber transmiti-las com clareza, ser franco e matreiro ao mesmo tempo, utilizar uma didática toda voltada aos boleiros, criar o clima necessário para tal. Todos esses quesitos são necessários para o sucesso de um grupo vencedor. Além de várias outros, por óbvio. E o técnico gremista tem demonstrado que os domina.

Roger é um cara do bem. Sempre foi, desde sua época de jogador. Nunca protagonizou cenas lamentáveis, nunca foi pivô de casos polêmicos, jamais queixou-se de qualquer coisa. Vestia a camisa, treinava e jogava. E fazia tudo isso com foco e respeito, confiando que era a receita do sucesso. E assim foi multicampeão como atleta. Este mesmo estilo não mudou desde que deixou os campos para assumir funções na casamata. Roger continua o mesmo. Leal, verdadeiro e do bem. Não se sabe até onde poderá chegar com isso. Mas uma coisa é certa: assim como o Grêmio, sua vocação é vencer.

Saudações Imortais