Leidan Kejer
Caros
Esta semana de agosto não trouxe desgosto algum para a torcida tricolor. Ao contrário, este tem sido um período de gratas alegrias para a massa gremista. Aqueles que estiveram na Arena no último domingo têm ciência de que foram testemunhas oculares da história. Viram com seus próprios olhos o time do Grêmio DEMOLIR seu tradicional adversário. Assistiram um MASSACRE de uma equipe bem treinada e disposta sobre um amontoado de patéticos elementos que tentavam, sem sucesso, sobreviver com um mínimo de dignidade. Tal qual Shaka desferindo o Tesouro do Céu, cada gol marcado na Arena parecia privar a outra equipe de um de seus sentidos, até que nada mais sobrasse e restasse apenas um morto-vivo a ser enfrentado (só os fortes entenderão essa metáfora).
Ah, mas os infiéis, eles estão sempre por perto! Aqueles que já contaminaram-se com a semente da desconfiança e beberam do cálice da incredulidade. O acachapante RODIÃO aplicado na turma da beira do lago não podia ser tirado da mente, mas ainda assim as vozes já tentavam agourar, demonstrando que esqueceram-se por completo como é bom curtir momentos assim. "Não ganhamos nada, o time é fraco, o campeonato é longo, vamos enfrentar o líder na próxima rodada, aí caímos na real!" E o galo foi depenado em seu próprio galinheiro, em mais uma exibição de gala dos comandados de Roger. Este talvez tenha sido o jogo onde a aplicação tática e anímica dos preceitos do técnico tricolor mais tenha surtido efeito. E o resultado assombrou o mundo, que repercutiu em peso aquele que muitos estão chamando de "o contra-ataque perfeito". Esse é o Grêmio que cala. E calou um Mineirão com quase 50 mil almas embasbacadas.
Neste domingo a Arena receberá uma equipe que está mais preocupada em não ser rebaixada do que qualquer outra coisa. O que pode sempre complicar um jogo que, em tese, tenderia a ser relativamente fácil. Luan não joga, por haver levado o terceiro cartão amarelo diante do Atlético-MG. Uma estratégia interessante, visto que acaba por preservar-se para embates mais importantes. E Bobô pode fazer sua estreia como titular por conta disso. O restante do time deve ter os mesmos nomes que iniciaram a partida no Mineirão. Uma vitória consolida ainda mais a posição no G4 e vai incutir o pavor no coração dos adversários. Porque, se deixarem o Grêmio chegar, aí o bicho vai pegar. Por isso mesmo, vá à Arena neste domingo. Você também pode ser testemunha da história.
Roger tem conseguido aplicar seus métodos de forma eficaz no Grêmio. |
Há uma série de fatores que fazem com que um técnico consiga aplicar suas ideias e objetivos em um time. A primeira delas, por óbvio, é ter ideias e objetivos. Saber transmiti-las com clareza, ser franco e matreiro ao mesmo tempo, utilizar uma didática toda voltada aos boleiros, criar o clima necessário para tal. Todos esses quesitos são necessários para o sucesso de um grupo vencedor. Além de várias outros, por óbvio. E o técnico gremista tem demonstrado que os domina.
Roger é um cara do bem. Sempre foi, desde sua época de jogador. Nunca protagonizou cenas lamentáveis, nunca foi pivô de casos polêmicos, jamais queixou-se de qualquer coisa. Vestia a camisa, treinava e jogava. E fazia tudo isso com foco e respeito, confiando que era a receita do sucesso. E assim foi multicampeão como atleta. Este mesmo estilo não mudou desde que deixou os campos para assumir funções na casamata. Roger continua o mesmo. Leal, verdadeiro e do bem. Não se sabe até onde poderá chegar com isso. Mas uma coisa é certa: assim como o Grêmio, sua vocação é vencer.
Saudações Imortais