7 de maio de 2007

Um jogo de detalhes




Têm jogos que são favas contadas. Pensa aí no timinho contra o Boca, contra o Réles ou contra o Veranópolis. Já se sabe o que vai dar. São jogos jogados.

Têm outros que são eventos complexos, decididos nos detalhes. Os primeiros fazem boa diversão, mas é no segundo grupo que residem os embates que constituem a alma do futebol.

Algumas vezes, por mágica dos deuses, jogos do tipo intrincado perdem a tensão e se transformam em episódios simples, em acontecimentos comuns. São momentos raros, mas ocorrem.

O jogo desta quarta, no qual se decide qual dos tricolores vai às quartas-de-final da Libertadores 2007, é o mais puro exemplo da complexidade escondida em um encontro de forças num campo de futebol.

Jogos assim se decidem nos detalhes, se resolvem pela persistência, pela determinação, pela capacidade que as equipes possuem de compreender o jogo e apropriar-se dos detalhes que forjam o resultado.

Neste trepidante Grêmio e São Paulo, o destino do Imortal passa pela capacidade que o time possuir de transformar os detalhes em elementos concretos, com os quais poderá construir a vitória:
1) Conseguirá Tcheco repetir a atuação do domingo, voltando a ser o jogador fundamental da condução do ataque?
2) E Tuta, converterá os gols que brotam à sua frente e são podados por sua recorrente displicência?
3) A bola aérea poderá ser controlada?
4) Irá Muricy apostar no 3-5-2, que desconstrói o meio-campo e expõe a equipe aos perigos daí decorrentes?

Há também pequenos componentes do jogo sobre o quais não pairam dúvidas: a) o Olímpico Monumental vai estar lotado, com a mais vibrante torcida do futebol brasileiro; b) os jogadores do Campeão do Mundo atuarão determinados e serão incansáveis na busca do triunfo final.

Por essas coisas passará a história deste jogo, salvo se algum outro detalhe inesperado vier a dar-lhe um rumo inusitado.