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Não tem volta. Ou melhor, o jogo começa pela volta. É em casa e precisa ser jogado como se fosse a volta. É preciso ganhar e, se possível, abrir vantagem. Mas a vitória, ainda que simples, se impõem como uma necessidade. E só há um jeito de obtê-la: é preciso transformá-lo no jogo da volta, ainda que não seja. Se me faço entender...
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Mano Menezes é daqueles poucos técnicos atuais que não foi contaminado pelo vírus do adversarismo. A maioria dos treinadores de hoje acham que o time tem que ser armado de acordo com o adversário. Mas não de uma forma óbvia, cuidando de que deve ser cuidado e explorando o que pode ser explorado. Mexendo na estrutura do time, pulando de esquema em esquema, acabam enredados na descontinuidade, essa inimiga mortal da mecânica de jogo. Em Mano Menezes repousa grande parte das nossas possibilidades amanhã. Ele sabe como poucos enxergar o adversário e encaixar o time nos buracos que fazem o caminho das passagens.
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O Grêmio está invicto no Olímpico. Não se trata de apenas cuidar desse fato, mas ele é imprescindível, como primeira etapa de tudo. É possível que jogue Edmilson e é bom que jogue. Diego Souza cresce com Edmilson em campo. Lucas e Tcheco concentram. Seria quase uma demasia que pudéssemos contar com ambos. Quase uma demasia. Em semi-finais de Libertadores não existem demasias.
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Outro invicto é Pelé. Faz dois anos que não está presente na Vila Belmiro em derrotas do Santos. O Rei anuncia que pode não ir ao segundo jogo (detalhes aqui). Pelé acautela-se, zelando por uma invencibilidade que quer preservar. Até os deuses começam a conspirar em nosso favor, temendo ser eclipsados pelo manto da imortalidade.