28 de abril de 2011

A imortalidade precisa de férias

O mundo está imerso em brumas. Não se sabe ao certo o quanto elas ficarão. Pode ser um tempo longo, pode não ser. Espera-se que não perdure, mas vivemos o império da incerteza.

Surpresa não foi. Acreditar é uma coisa, ser cego é outra. Estava no ar. Um time que só não leva gol de times medíocres (e, diga-se, não escapa de todos os medíocres) é como um bêbado caminhando sobre um arame esticado. É certa a queda.

O que mais se pode lamentar é que, para já, quase nada há para ser feito, fora do trabalho de motivação e de fustigar os brios daqueles que têm reservas de bravura. Eu sei, este caminho pode levar a cenas patéticas, Afinal, alguns, quando tentam ser obstinados, conseguem no máximo atrapalhar-se.
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E não é só no campo que as coisas vão mal. O que fazer? A união de todos pelo bem do clube é um discurso tão vazio quanto oportunista. O "bem do Grêmio" só pode vir se as figurinhas de um lado e de outro puderem sair na foto. Mas os seus egos não cabem ao mesmo tempo num buraco de obturador. Assim, os corneteiros de sempre já exercitam os pulmões. Como alguém disse, é curioso: "Se o time ganha foi montado pelo Fulano. Se o time perde, foi montado pelo Beltrano". O mesmo time, a mesma corneta. As vaidades históricas bloqueando os caminhos.
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O nosso Grêmio precisa ser pensado e preparado para render frutos no futuro. Quanto mais próximo, melhor. Então, é preciso começar já. Não é concebível que uma instituição detentora de um orçamento anual de R$ 100 milhões tenha dificuldades para contratar bons jogadores. Claro, há as dívidas históricas acumuladas. Mas as receitas crescem ano após ano de forma vigorosa. Não é possível que se permitam gastar descontroladamente, comprometendo o equilíbrio econômico do clube.
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Sem inteligência e responsabilidade, restará cada vez mais apelar para o sobrenatural. Há, porém, um detalhe: imortal todos nós já sabemos que o Grêmio é. Que tal o Grêmio voltar a ser também campeão?