16 de abril de 2011

Uma radiografia do paciente

Por que o Grêmio de 2011 não consegue repetir a performance de 2010? Esta é uma pergunta que inquieta a maior torcida do sul do Brasil. Tentando encontrar pistas que levem à resposta mais procurada do ano, o blog Imortal Tricolor se debruçou sobre todos os dados dos jogos do Grêmio de Renato em 2010. Os dados podem levar a algumas reflexões importantes. Abaixo, um resumo do que encontramos.
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No dia 15/08/2010, Renato estreou no estádio Olímpico como técnico do time. O jogo terminou com o placar sinalizando Grêmio 2 x 0 Goiás. Até a final da temporada, em 05/12/2010, foram 24 jogos, com 15 vitórias. Uma análise um pouco mais acurada dos jogos e dos seus resultados nos levou a observar que o desempenho do time na reta final do Brasileiro era melhor do que o de todo o período.

Assim, a campanha que nos trouxe à Libertadores 2011 foi dividida em dois blocos. O primeiro, englobando todo os jogos do técnico em 2010. O segundo, composto pelos jogos disputados no período de 19/09/2010 até o final da temporada. Importante observar que esta divisão separa os resultados obtidos a partir do primeiro mês de trabalho, quando o técnico está conhecendo o elenco e o efeito das suas idéias já se faz sentir de forma mais efetiva no comportamento do time. Vejam o resumo no quadro abaixo.


Período
Item 15/Ago a 05/Dez 19/Set a 05/Dez
Jogos 24 16
Vitórias 15 11
Empates 5 4
Derrotas 4 1
Aproveitamento 69% 77%

Acrescentamos aos dados da tabela os seguintes: no segundo bloco, disputamos 8 jogos em casa e 8 fora; marcamos 41 gols (25 em casa e 16 como visitantes) e sofremos 15 (9 e 6); empatamos 2 partidas em casa e 2 fora; perdemos apenas 1 jogo e foi fora, contra o campeão Fluminense; obtivemos 5 vitórias em 8 jogos como visitantes.

O desempenho excepcional dos últimos 16 jogos nos levaram a examinar detidamente a composição dos times que atuaram em cada jogo. Fizemos um levantamento das escalações, jogo a jogo, bem como das alterações realizadas. Com os dados, montamos a tabela que segue, a qual contém todos os jogadores que participaram das partidas, o número de jogos disputados e destacamos aqueles que permanecem no Estádio Olímpico.


Nome Iniciou Entrou Nome Iniciou Entrou
Douglas 15 Ferdinando 2 5
Fábio Santos 15 Fernando 2 1
Jonas 15 Júnior Viçosa 2 3
André Lima 14 Marcelo Grohe 2
Rafael Marques 14 Neuton 2 3
Victor 14 Gílson 1 9
Lúcio 13 2 Mário Fernandes 1
Gabriel 12 Maylson 1 2
Paulão 12 Ozeia 1
Adilson 10 1 Roberson 1 3
Fábio Rochemback 10 Saimon 1
Vilson 9 Willian Magrão 1 2
Edilson 3 2 Diego Clementino 11
Souza 3 1 Leandro 1

Atenção para este fato: de um grupo de 28 jogadores utilizados nas últimas 16 partidas, 7 deixaram o Olímpico: Ozéia, os contestados Fábio Santos e Ferdinando, o indesejável Leandro, o improdutivo Souza, Jonas e Paulão. A rigor, pode-se dizer que o time sofreu duas baixas. Os reforços trazidos para esta temporada podem ser entendidos como os atletas contratados e aqueles jogadores que, embora tivessem vínculo com o clube, não foram utilizados em nenhum jogo em 2010 e, agora, fazem parte da relação dos atletas à disposição do técnico. Vejam no quadro abaixo.


Posição Saíram Chegaram
Defensores Fábio Santos, Ozéia e Paulão Bruno Collaço, Dener, Rodolfo e Romário
Volantes e meias Ferdinando, Leandro e Souza Carlos Alberto, Émerson, Escudero, Mateus Magro, Mithyuê, Pessalli e Vinícius Pacheco
Atacantes Jonas Borges, Leandro, Lins e Wesley

Será que a saída de Jonas e Paulão e a lesão de André Lima justificam a vertiginosa queda de rendimento do time? Será que Paulo Paixão desempenhava algum papel que não encontrou substituto adequado?

Na minha avaliação, as causas principais dos fracassos recentes não se localizam no elenco. Quase o mesmo grupo conseguiu resultados incomparavelmente melhores. Assim, as especulações devem adentrar outras áreas e a Direção do clube precisa fazer um diagnóstico rápido e preciso. O ano está em jogo.