Eu começava a escrever que há uma única situação em que jogar com 10 é melhor do que jogar com 11. É quando o décimo primeiro jogador é um peso morto. Está lá fisicamente. Mas não está no jogo. Esta era a situação do jogo quando Borges, o peso morto em questão, resolveu me "sacanear". Deu um passe primoroso para Leandro. E o guri fez um gol de craque.
Este pode ser o resumo de um primeiro tempo pegado em que o Cruzeiro mostrou que é um bom time e o Grêmio mostrou deficiência preocupante no ataque.
Começou o segundo-tempo e o Grêmio voltou a mostrar a crônica deficência preocupante na defesa. Rafael Marques, com 1 minuto, deixou um cruzeirense cabecear sozinho. 1 x 1. Já escrevi que nenhum time deveria tomar gol nos inícios e fins de cada etapa. O Grêmio está se especializando nisto. Magrão aos 7 restabeleceu a verdade. Logo depois, o juiz que sempre acerta o lado do timinho sonegou um pênalti em Borges. Seria, muito provavelmente, o 3 x 1 e o fim do jogo. Lucio resolveu testar nossas coronárias e quase entregou o empate aos 13 minutos. O Cruzeiro pressionava e empatou aos 16 minutos de cabeça no lugar onde deveria estar Rafa Marques. Borges continuava mal e entrou Carlos Alberto. A coisa estava encardida até que a melhor jogada de ataque do Imortal deu certo de novo. Falta levantada com maestria pelo Rochemback que acabou em conclusão do Rafa Marques.
Foi um sábado de boas e más notícias:
Boa notícia: a volta de Lucio para a lateral e a entrada de Magrão no meio deu uma consistência ao time que não se via há um bom tempo.
Má notícia: o deserto de centro-avante do time. Borges está em péssima fase.
Boa notícia: Leandro é efetivamente uma afirmação.
Má notícia: a lesão de Victor.
Boa notícia: Gabriel acordou da longa hibernação. Foi participativo.
Má notícia: Rafa Marques se perdeu por completo.
Boa notícia: As bombas de fora da área do Adilson.
Má notícia: O Grêmio não tem centro-avante e nem reserva de centro-avante. Estão todos machucados.
Boa notícia: A guarra tricolor de volta. Ninguém se preocupou com possíveis efeitos do chão de plástico novelettiano.
Má notícia: a lesão de Lúcio no final. Que não seja grave.
Agora é lamber as feridas. Tomar muito banho de imersão. Dormir bastante. Deixar de tuittar na madrugada e entrar pronto para despachar a Universidade Católica.
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Como jogaram
Victor: Uma saída corajosa e uma lesão. Que seja leve.
Gabriel: Muito participativo, ainda sem o velho brilho. Mas é um alento nesta hora decisiva.
Rafa Marques: Lamentável. Está pedindo para sair. O gol não o redime.
Rodolfo: Firme.
Lucio: Que continue na lateral por todos os tempos. Amém.
Rochemback: Discreto mas firme na liderança do time.
Adilson: O alemão enlouqueceu e resolveu chutar e, mais que isto, chutar muito bem de fora da área. O melhor em campo.
William Magrão: Muito bem no primeiro tempo. Um gol e mais discreto no segundo. Uma grande jogada no final.
Douglas: Foi injustamente vaiado. Deviam ser moranguinhos infiltrados.
Leandro: É craque. Um golaço e muita movimentação.
Borges: Um primeiro tempo lamentável. Melhorou no segundo, mas continuou muito insuficiente.
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Marcelo Grohe (Victor): Sem culpa nos gols.
Carlos Alberto (Borges): Corre, reclama, agita mas continua improdutivo.
Lins (Leandro): Acho que Renato colocou pensando na terça-feira. Uma bela jogada que quase foi gol.
Renato: Acertou o time com Magrão, mas vai ter que ficar sem dormir até terça-feira para descobrir soluções de ataque.
Vinicius Costa: Juiz preferido do timinho justificou a preferência ao sonegar um pênalti em Borges. Deixou de dar várias faltas para o Grêmio.