É muita
falta de assunto ficar três dias repercutindo um bilhete que seria da comissão técnica para
o Felipão no último jogo do Grêmio. O jornalismo esportivo gaúcho é uma ilha de
mediocridade, conforme já falamos várias vezes. Salvam-se raríssimas exceções
como o Lucianinho, Igor Póvoa, Carlos
Guimarães, José Alberto Andrade, Marco Antônio Pereira, Eduardo Gabardo e
alguns poucos. A grande maioria é muito ruim e oferece um produto de baixa
qualidade.
Até ficam ofendidos quando se diz que a qualidade dos
profissionais de hoje está anos luz de outrora quando tínhamos nomes de
gabarito como Ruy Carlos Ostermann, Lauro Quadros, Armindo Antônio Ranzolin e outros de igual
envergadura. Não sei quando e nem como chegamos a essa situação de esfacelamento
profissional. O que eu sei é que a cada dia ouvimos mais bobagens e mentiras saídas
das bocas de gente sem qualificação para exercer a profissão. Isso só
envergonha a categoria dos jornalistas. Não entendo como gente tão despreparada
e que não zela pelo bom profissionalismo é contratado pelas empresas de Comunicação.
Elas deveriam zelar mais pelo produto que estão entregando ao cliente.
Dia atrás, fomos obrigados até a ver desmaio ao vivo na televisão sendo usado para alavancar audiência e prestígio. Uma vergonha. Não é preciso falar mais nada. É o fundo do poço. O cliente não merece semelhante tratamento e desrespeito. Mas o lado bom de tudo é que podemos extirpar esses cânceres da nossa vida com um gesto singelo e simples: o clic do controle remoto ou não consumindo periódicos de má qualidade. Seria o que chamo de higienização mental seletiva.
O mais triste disso tudo é perceber que a maioria da torcida gremista compra e internaliza informações totalmente desconectadas da realidade. E repetem mil vezes o que ouvem e lêem sem saberem que estão comprando gato por lebre. Vária vezes já ouvi pessoas ligadas ao Grêmio esclarecendo informações errôneas, mas no outro dia o profissional volta a repetir a mesma bobagem mentirosa de antes. Eles não ligam para o que a voz oficial do clube fala. É o legítimo “entra por um ouvido e sai pelo outro”. Uma dica: acompanhe o que o jornalista fala. Nos dias seguintes, cuide se aquela informação se confirma. A maioria deles conta com a memória curta das pessoas. Eles têm certeza de que amanhã ninguém mais lembrará daquilo que foi dito hoje. É com esse truque que eles contam para engambelar a plateia e manterem seus empregos estáveis numa zona de conforto onde o patrão não cobra qualidade.
Dias melhores obrigatoriamente virão. Já batemos no fundo.