Desde ontem, várias vozes da imprensa "isenta" do RS se juntam em coro para criticar, julgar e condenar o técnico Luis Felipe Scolari, porque ele teria chamado o juiz do jogo Ypiranga 0 x 1 Grêmio de Chico Colorado. Não iremos reproduzir o material aqui, porque basta uma busca na web para ser encontrado.
Há dois detalhes relevantes aqui: o primeiro, é que todo mundo sabe que Chico Colorado é o apelido do juiz do jogo de ontem. Esta é a alcunha pela qual é conhecido, por exemplo, entre os alunos do Colégio Farroupilha, onde atua ou atuou como professor. O segundo, é o que já está escrito: Felipão vem sendo execrado por parte da crônica, pelo que teria dito.
Entre numa máquina do tempo e vá para o maio de 2011. O vice-presidente de futebol do Colorado do Chico, Roberto Siegmann, acusou o juiz Márcio Chagas de ser gremista, porque era "filho do Buda". Matérias da época podem ser lidas, por exemplo, aqui ou aqui.
Márcio Chagas foi acusado por Siegmann de ser torcedor do Grêmio por ser filho de um gremista. Desde quando isso é algo automático? Quantos exemplos há de filhos que torcem para clubes diversos dos pais? Mas isso nem é importante nessa história.
O relevante nestes dois episódios é o seguinte: procurem críticas ou condenações à postura de Roberto Siegmann em textos e opiniões dos maurícios, dos diogos, dos chicos, enfim, de quem quer que seja que escreveu sobre isso à época. Nada. Apenas relatam o fato de que Márcio Chagas fora chamado de gremista por ser "filho do Buda, que dirigiu o futebol de salão do Grêmio".
Esta, caros leitores, é a balança de parte da crônica esportiva gaúcha, com seus dois pesos e suas duas medidas, quando se defronta com episódios semelhantes envolvendo o Grêmio e o time ribeirinho. Estes senhores são alguns dos chicos, diogos e maurícios que se querem fazer respeitar como sérios e imparciais.