Novo Hamburgo 1×1 Grêmio
Gaúcho – Estadio do Vale Novo Hamburgo/RS
O pessoal da crônica esportiva usa algumas expressões que viram moda rapidamente. Apesar de não serem precisas, costumam ser simbólicas.
Uma delas tacha o jogo de duas equipes que disputam posição na tabela de classificação, lá em cima ou lá embaixo: “este é um jogo de seis pontos” dizem com a boca cheia. A gente sabe que o jogo só vale três pontos, (é o que diz a regra) mas nos deixa claro que a partida pode ser decisiva no confronto direto das duas equipes. Pura licença poética.
Outra expressão comum, que me veio à memória enquanto assistia ao jogo do Grêmio, é a já famosa “final antecipada”. Geralmente usada quando duas equipes grandes, favoritas ou qualificadas se cruzam na competição antes mesmo do jogo decisivo.
Essa é mais perigosa, pois dá a entender que se passar por aquela partida, ninguém mais segura o vencedor. É um desdém aos demais adversários que pode custar caro.
Na noite de ontem, depois de ser obrigado pela televisão a assistir a uma outra partida que, me parece, valia os tais seis pontos, e disputada por dois times que lutavam para sobreviver na competição (jogo aliás que terminou empatado e sei lá por que teve gente comemorando), sentei-me para ver o Grêmio e entender melhor o adversário que lidera o campeonato desde seu início.
No Estádio do Vale, em Novo Hamburgo, havia dois times qualificados em campo com boas chances de estarem na final do Gaúcho se não se cruzarem antes nas etapas intermediárias. E de tanto se respeitarem fizeram um jogo no qual o espaço no gramado era disputado centímetro a centímetro. Quase não conseguiam trocar passe devido a marcação forte e poucas chances de gol surgiram. No primeiro tempo desperdiçamos a nossa. No segundo, eles aproveitaram a deles. E diante disso quase amargamos uma derrota.
Foi a insistência gremista e a percepção de que do outro lado havia uma equipe disposta a fazer historia nesta temporada que mudaram o cenário da partida. E de tanto tentarmos, a bola foi parar nos pés do competente Leo Moura que teve a tranquilidade para fazer aquilo que a juventude dos nossos atacantes não havia conseguido: o gol de empate.
Tenho a impressão de que muitos dos nossos jogam preocupados com os riscos que correm em campo, o que se justifica frente a quantidade de lesões que acumulamos no elenco e o tamanho do desafio que a Libertadores nos impõe. Isso acaba prejudicando o desempenho e impedindo um jogo mais solto, aquele que nos deu o titulo da Copa do Brasil. Ao mesmo tempo, otimista que sempre sou, percebo que na hora necessária, nosso futebol voltará a fluir.
Ao contrário das expressões que gostamos de usar, ontem não foi uma decisão antecipada, apesar de haver boa probabilidade de as duas equipes estarem na final disputando o titulo gaúcho este ano. Mas quando isso realmente acontecer, tenho certeza de que a coisa vai ser diferente. Na hora do vamos ver, confio mais o Grêmio.