11 de dezembro de 2008

Sobre o técnico cientista

Salário mensal de R$ 120 mil, para R$ 150 mil. Isso já aconteceu.

Agora, comenta-se, para espanto meu, que a nova Direção do Grêmio estaria disposta a aumentar o salário de Roth para R$ 200 mil. Mas a valorização é considerada insuficiente. O homem que jogou o Gauchão, a Copa do Brasil e o Brasileiro 2008 no lixo deseja ser mais valorizado e pede R$ 300 mil. Por mês. Prestem atenção: por mês.
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Roth é um técnico médio. Igual a ele no Brasil tem quase todos. Possui lá suas virtudes. Por exemplo: sabe armar sistemas defensivos. Vejam que não estou ironizando, chamando-o de retranqueiro. Esta é uma virtude que ele verdadeiramente possui.
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No entanto, Roth carrega 3 grandes problemas.

O primeiro, é que tem predileção especial por volantes toscos. Em sua cartilha, saber passar a bola, marcar com civilidade... Enfim, jogar futebol com qualidade, é característica incompatível com a função de primeiro marcador do meio de campo. Não fosse a torcida do Grêmio, Nunes e Rudinei teriam jogado o Brasileiro. Rafael Carioca pode ter ensinado algo a ele. Pode, porque a capacidade do "profe" de rever convicções é uma incógnita.

O segundo problema grande de Roth é a capacidade de desfazer o que está bem feito, por conta do seu "espírito científico". O "profe" adora experimentos. Deslocar alas de pé e cacoete direito para a ala esquerda é o seu preferido. Talvez isso tenha a ver, como citou o Régis em um comentário, com o desejo de "jenializar-se" (assim mesmo, com J, conforme reiterou o Régis). Pode ser um desejo antigo, e nunca realizado, de dar um nó tático no adversário. Tudo que ele conseguiu nesta temporada foi amarrar a si mesmo e, por conseqüência, o Grêmio.

Roth costuma dizer que trabalha muito. Há quem jure que isso é veradade. O terceiro grande ponto negativo de Roth treinador é que, se trabalha muito, trabalha errado. Pelo menos em parte. Passamos o ano rotheano inteiro vendo duas coisas acontecerem em todos os jogos do Imortal: cruzamentos a meia altura e atacantes e meias que não sabem finalizar a gol. Isto, se resolve com um programa de 3 passos:
1) enxergar que isso acontece;
2) treinar exaustivamente para a correção das deficiências; e
3) executar o que foi treinado nos jogos.

Estas duas deficiências nunca diminuíram ao longo da temporada. Acabamos o ano vendo, em Grêmio x Atlético-MG, cruzamentos busca-joelho e finalizações pífias. Nenhuma melhora se percebeu ao longo da competição. Se, verdadeiramente, treina muito, então treina errado.
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Este homem quer ganhar como Luxemburgo. Acho que é pouco pra ele. Deveria ganhar ainda mais. Peça mais, Roth. Peça R$ 450 mil por mês e vá desfrutar a vida. Mas faça isso longe do Largo dos Campeões. Lá temos urgência em fechar o laboratório.
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Vejam, no post abaixo, 3 momentos imperdíveis.