Eu tenho um outro amigo co-cô-lorado. Este me propiciou uma história mu-muito saborosa. Era o ano de 1987. O Grêmio ganhara o tri-tri-tri-campeonato gaúcho. Um domingo, o meu amigo me co-convidou para ir almoçar na ca-casa dele. Por co-coincidência, era dia de Gre-nal pela Co-copa União, o Brasileirão daquele ano.
Depois do almoço, regado a vinho muito bom, o meu amigo co-cômeçou a me provocar para eu ir junto com ele ao Gre-nal. Ele disse que tinha um ingresso sobrando e seguiu provocativo. Ouvi o "co-convite" em silêncio. Ele insistiu tanto que eu pensei: nas cadeiras, ficaremos re-relativamente isolados. Aceitei. Lá fomos nós, rumo ao chi-chiqueiro da beira-rio.
Quando chegamos, estranhei o ca-ca-minho que ele tomou. Na co-correria da entrada, e ainda fu-fustigado pelo mau che-cheiro, não tive co-condições de perceber o que se passava. Ainda mais que eu não co-conhecia as vielas da pocilga. Sempre que ia em jogos lá, sentava na arquibancada superior, onde fi-ficava a torcida do Grêmio.
Me-meu amigos, qua-quando eu dei por mim, estava em plena social do aterro lo-lotado. Para vocês bem entenderem o drama: o borderô do dia co-contou um público de 52.347 pessoas.
Co-começa o jogo. Eu ali, qui-quieto, só ouvindo as manifestações da horta, cu-cuidando pra não pisar em nenhum morango. O go-goleiro deles era Cláudio Ta-taffarel, festejado por seus 900 minutos sem levar gol. Jogo parelho. Na fo-folhinha, 12 de outubro, Dia da Cri-criança.
Num ataque dos no-nossos, Jorge Veras avança pela esquerda. Os deles acompanham à distância. O po-ponta segue avançando, passa na co-corrida por Luis Carlos Winck, chega a linha de fundo e cru-cruza para a área.
Senhoras, eu vi-vi a bola vi-vindo e vi-vindo e vi-vindo e vi-vi o Taffarel se abaixando para recolhê-la e girar co-como se tivesse levado um pialo. E vi-vi a criança esférica subindo um palmo e caindo dentro do go-gol. Senhores, foi um fra-frango abbon-bbon-abbondanziérico. E eu ali vendo tu-tudo aquilo no meio de um mar mo-morango.
Por reflexo, por pu-puro reflexo, pulei para fe-festejar. No milésimo de segundo entre o pu-pulo e o levantar de braço, minha amígdala cerebral me advertiu sobre onde eu estava. O instinto re-reagiu. De pu-punho cerrado, apenas com o indicador acusador, gri-gritei para o agente da minha esfuziante alegria: "Fra-frangueiro! Fi-filho da pu-puta!". O grito foi ouvido em me-meio ao silêncio da social co-côlorada, enquanto os nossos vinham abaixo do outro lado do estádio. Alguns morangos co-concordaram co-comigo. O meu amigo não. Ele ficou quieto, co-como guri cagado. Nunca mais me co-convidou para ir a jogo.
Aquele 1 x 0, assistido em ple-plena social do aterro é um dos meus Gre-nais inesquecíveis.
25 de abril de 2010
Histórias do Gaguinho - [ 3 ]
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2010-04-25T12:08:00-03:00
Arigatô
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