20 de janeiro de 2012

Olímpico eterno [1]

Ailton na cabeça
Por Conrado Schmiedel

Tenho várias histórias no "Velho Casarão", mas uma que marcou muito, foi na conquista do brasileirão de 96.

Morava em Novo Hamburgo na época, e lembro que pra cada jogo da fase final, era aquela apreensão sobre conseguir comprar os ingressos pro jogos.
Bem, domingo de muito calor, saímos de NH lá pelas 13:00 horas. Eu (com um uno vermelho e  uma bandeira de 10 metros amarrada em cima dele), e mais 3 amigos (1 amigo, o Doda, e 2 filhos de amigos do meu pai, eles tinham uns 11 anos).
14 horas, frente do Monumental, e dele ceve pra amenizar o calor.
15 horas, sentado na geral, mais ou menos entre o meio do campo e a risca da grande área. Estádio lotado, cerveja meio quente e vários banhos de torneira pra tentar se refrescar.
19 horas, time em campo, eu completamente embriagado, nem vi o gol do Paulo Nunes, pois ainda estava comemorando a entrada do time em campo.

O jogo vai passando, o trago diminuindo, a apreensão aumentando e o cronômetro correndo muito rápido. Eis que surge Aílton na beira do campo. Aí meu amigo Doda, olha pra mim, senta na arquibancada, baixa a cabeça e grita... Deu pra nós agora. Podemos ir embora já. Acabou.
Eu gritei pra ele e todos que estavam na volta me apoiaram: "Porra Doda, não viemos até aqui pra nada. Esse cara vai fazer o gol do título. É ele, tem que ser ele". O Doda levantou e disse: "Se essa ameba fizer o gol do título, eu rapo a minha cabeça amanhã."

Bem, o que posso dizer pra vocês, é que foi muito legal passar no outro dia na casa dele, com uma galera de umas 30 pessoas pra levar ele pra rapar a cabeça. Todos fardados e cantando o hino do imortal.

Abraços a todos, e que esse ano, o último do Velho Olímpico, seja um recomeço, que seja primeiro de muitos anos de glórias.