Ai, se eu te perco!
Por Marcos Tocchetto Agostini
Um dos jogos mais memoráveis da recente historio do Olímpico foi, sem dúvidas, a vitória do tricolor gaúcho sobre o São Paulo em 2007 pela Libertadores.
Saímos de Caxias do Sul, em uma excursão com mais de 10 ônibus. Esse jogo foi apenas a minha terceira ida ao Estádio. Eu tinha 17 anos na época e estava entusiasmado para poder ver pela primeira vez um jogo de libertadores.
A tensão era grande dentro do ônibus. Mas a confiança, era maior ainda. Fui acompanhado de um amigo e de seu pai. À medida que nos aproximávamos do Olímpico, a euforia e o entusiasmo aumentava. Os malucos que estavam no ônibus junto comigo se penduravam pela janela cantando “Eu tenho a minha alma azul celeste...”, e não se intimidavam ao passar em frente ao cheira-rio, onde o motorista pediu pra sermos “cautelosos”, pois poderiam jogar pedras nos vidros.
Finalmente, depois de mais de 4 horas de viagem (saímos de Caxias as 17h e chegamos as 21h30) chegamos ao Monumental. Eu desci rapidamente do ônibus para que não perdesse um segundo daquele que seria um jogaço. O problema é que a pressa é inimiga da perfeição.
Estava a poucos metros do Olímpico quando coloquei a mão no bolso para pegar meu ingresso e não o encontrei. Procurei desesperadamente ao redor de mim. Não podia acreditar naquilo. Os ingressos estavam esgotados e comprar de um cambista àquela altura era completamente inviável. Desesperado, comecei a fazer o trajeto de volta ao ônibus, olhando atentamente ao chão. Eis que, no meio daquele povaréu todo da rua, vejo um quadradinho branco e pequeno. Meus olhos brilharam, e corri o mais rápido possível. Inacreditavelmente, estava lá. Meu precioso ingresso de meu jogo inesquecível.
Por entrar atrasado, não consegui chegar ao setor da Geral, onde estaria pela primeira vez. Mas do outro lado do estádio, pude conferir nitidamente o gol de Tcheco, que fez explodir a nação tricolor e me fez arrepiar como nunca. Para coroar, o gol de Diego Souza no segundo tempo, que levou eu e todos os gremistas a loucura. Jamais esquecerei meu primeiro jogo de Libertadores. Fazia quatro anos que o Grêmio não disputava esse torneio. Ao final do jogo, eu comprovei. A América realmente tinha saudades de ti, Grêmio!
Feliz 2012, Olimpico! Jamais te esqueceremos!
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