23 de junho de 2012

Não basta ser forte, aguerrido e bravo



Em Barueri, os jogadores mostraram muita vontade. Tentaram de todas as formas vencer o Palmeiras, o terreno encharcado. Enfim, derrotar a derrota que haviam sofrido em casa. Não deu. Na volta para casa, a luta foi exaltada e saudada como um alento para as duas competições que ainda temos pela frente. Embora nenhum time consiga manter de forma permanente tal nível de mobilização, deve mesmo ser reconhecida. Afinal, um time vencedor precisa ter gana de vencer. Deve ter a bravura para enfrentar adversidades, necessita de um dose adequada de força física e de força de vontade.

Porém, há uma verdade que cantamos em quase todos os jogos e que, adaptada, serve como uma luva no mundo do futebol: para um time tornar-se vencedor não basta ser forte aguerrido e bravo. Time que não tem virtude, acaba subjugado. Este é o ensinamento contido no Hino Riograndense, que pode ser aplicado ao futebol. Infelizmente, este nosso Grêmio não possui virtudes em quantidade suficiente. Dificilmente ele poderá tornar-se confiante na medida necessária para enfrentar os adversários com destemor e triunfar.

A entrada de Zé Roberto pode ser o início de uma qualificação, mas é isso mesmo: o início. Faltam complementos pelos lados e opções pelo meio. A defesa pode dar alguma segurança, se for bem treinada e protegida. O ataque pode tornar-se bom, se for abastecido com bolas redondas, que venham de todas as direções, e não apenas de uma fonte, que pode ser obstruída, matando-o de inanição. Para que tenhamos algum futuro pela frente, Luxemburgo precisa encontrar virtudes no elenco ou no mercado (e já se gastou muito tentando). Sem isso, seremos um legião de ímpios na arquibancada, destilando descrença em que o time possa praticar façanhas dignas de comemoração.

Porém, as notícias que circulam geram muitas mais inquietações do que esperanças. Bertoglio está de saída. A menção de jogadores com passagem pelo aterro não entusiasma a torcida. Além disso, o discurso oficial elegendo vaga ao invés de títulos como meta tira ainda mais ânimo do torcedor. Mas a teimosia é uma das maiores virtudes que uma torcida pode ter. Sejamos teimosos. Voltemos ao Olímpico Monumental com os gritos renovados. É amanhã, domingo, às 16 horas, e é vital seguirmos navegando.