Pré jogo
Mais uma vez o palco do espetáculo é de luxo. A Arena do Grêmio abre seus majestosos portões para receber uma partida que muitos estão tratando quase como uma preliminar da verdadeira decisão da semana, que ocorrerá no mesmo local nesta próxima quarta-feira. O jogo contra o Atlético-PR vale a vaga para a final de mais um torneio nacional. Mas hoje o que temos pela frente é o histórico algoz do time da beira do lago, o qual deu volta olímpica e ergueu taça no remendão (quando ainda nem remendado estava). Este ano, fazendo valer a tradição, socou os róseos em sua própria casa (?) e também em Salvador, comprovando que o saci é um freguês de caderno. Sinal de que é um super time? Claro que não, tanto que o Grêmio já o derrotou na Fonte Nova por 3 a zero, em um jogo que marcou o início da arrancada do tricolor rumo ao G4. Mas assim como o faroeste que dá título a este post, protagonizado por Gene Hackman e com o excelente James Coburn no elenco, vivenciaremos hoje o risco de uma decisão. Entrar a toda para consolidar ainda mais a posição na tabela? Ou aliviar um pouco, a fim de não arriscar lesões de titulares importantes para a decisão de quarta-feira? O risco da decisão está nas mãos de Renato e do time que entrará em campo estreando a nova camisa preta do Grêmio, muito linda por sinal. A rodada também marca o novo horário do futebol aos domingos, o qual foi adiantado em 1 hora por conta do horário de verão. Mas o que vale é entrar, jogar e vencer. Alea jacta est._____
Primeiro tempo: 0 x 0
Renato confirmou o time com Bressan no lugar de Werley. Um i$ento barato postou no Twitter que Werley parecia “descontente com o banco de reservas”. Juro que não entendi, era pra ficar contente? Asneiras da ivi à parte, a torcida reagiu bem à entrada do guri no lugar do antigo titular. No papel, o sistema apresentado é o 4-3-3, com uma tradicional linha de 4 na defesa (lateral direito, zagueiro central, quarto zagueiro e lateral esquerdo). No meio, os já conhecidos 3 volantes, com Souza postado na primeira volância e Ramiro e Riveros revezando-se na tarefa de aproximação com o ataque. Na frente, três medalhões: Vargas, Kleber e Barcos.
Aos 11 minutos Vargas bateu falta perigosa, salva pelo bom goleiro Marcelo Lomba.
Aos 12 mais um milagre de Lomba em conclusão de Kleber, que mostrou muito oportunismo.
Aos 15, o zagueiro do Bahia ergue o braço e toca na bola. O árbitro optou por não marcar pênalti, seguindo a regra de que se é a favor do Grêmio, nunca é pênalti.
Aos 17 Vargas recebe amarelo por ter feito uma falta que matou um ataque do adversário. Vários escanteios surgiam por conta da maior chegada do tricolor no ataque. O Bahia não fez uma única chegada. Aos 26, em boa jogada de Telles e conclusão de cabeça de Souza, Lomba salvou mais uma.
Aos 27 Vargas levou um pataço nas costas, mas novamente o juiz contemporizou e não aplicou sequer um cartão amarelo.
Um minuto depois o Grêmio fez uma blitz na área adversária, cruzando bolas pelos dois lados. Quase aos 30, Feijão leva amarelo por fazer aquilo que todo jogador dos outros 19 times do campeonato já fez: falta em Kleber, o atleta que mais recebe faltas no campeonato.
O time baiano não conseguia concatenar as ideias e estava muito nervoso em campo. Os escanteios e faltas não eram bem aproveitados, sendo que Telles aparentemente não executa mais esta função, cabendo a Vargas efetuar as cobranças de escanteio e Moisés as cobranças de falta.
O aproveitamento continuou ruim, mas ao menos acabaram as inúteis cobranças à meia altura. Aos 38 este mesmo Moisés pegou uma rebatida de fora da área pelo lado direito e emendou um canudo que foi parar fora da Arena. Aos 43 uma falta clamorosa sobre Kleber não marcada, mas isso já nem é mais novidade, é algo corriqueiro. O lateral esquerdo Jussandro, do Bahia, deixava uma avenida para ser percorrida, fazendo com que Kleber tentasse jogadas trabalhadas e infiltrações com Moisés. Aos 46 uma bateria de chutes sobre Marcelo Lomba, mas mesmo assim o gol não saiu novamente.
E o primeiro tempo encerrou sem bola na rede, apesar da superioridade gremista e considerando que o Bahia não teve sequer um lance de chegada na área tricolor.
Segundo tempo: 0 x 0
E os times retornaram para a segunda etapa sem modificações nas escalações.
Segundo tempo: 0 x 0
E os times retornaram para a segunda etapa sem modificações nas escalações.
Logo aos 2 minutos forte chegada do Grêmio. Barcos tenta duas vezes e a bola passa raspando, com o Pirata lesionando-se na jogada. Quase aos 5 Riveros pega o rebote de bom cruzamento de Telles, mas a bola não vai em gol.
Menos de um minuto depois, Barcos faz ótima jogada individual, ganha dos defensores e perde o gol na frente do goleiro.
Aos 8 Vargas faz uma jogadaça e passa por 4 jogadores, com escanteio sendo cavado ao final do lance, sendo que já era o terceiro corner.
Aos 9 Barcos mata no peito e explode uma bomba na trave. Novo escanteio no rebote, com Lomba levando cartão amarelo.
A bola teimava em não entrar, o que poderia ser alguma mandinga baiana que porventura tenha sido feita antes do jogo.
Aos 10 minutos o jogador do Bahia faz um migué que nem seus companheiros caem, mas depois perdem a bola e cobram fair play do Grêmio (muito malandros). O famoso Talisca entra no lugar de Souza, no Bahia, aos 11 minutos. Logo em seguida Bressan tenta e mais um ataque não é aproveitado.
Logo em seguida Elano entra no lugar de Ramiro, modificando o meio campo para 2 volantes e 1 meia. Aos 27 Wendell entra no lugar de Telles. Aos 30 Raul entra no lugar do fraco Jussandro.
Aos 33 Wendell faz uma de suas jogadas características e é atingido por Fael, que leva cartão amarelo.
Aos 34 Vargas rouba a bola e Riveros chuta desviado, cavando outro escanteio.
Aos 35 Zé Roberto entra no lugar de Riveros e a torcida fica em chamas.
Pode ser uma infeliz coincidência, mas com Elano e Zé Roberto em campo morreram as chances de gol do Grêmio, que até aqui vinha amassando o Bahia, mesmo sem finalizar bem. Aos 42 Madson entra no lugar de Fabrício e Raul dá o primeiro chute em gol do Bahia em todo o jogo, o qual não passa nem perto das traves defendidas por Dida. Mas nada mais saiu e o segundo tempo encerrou como o primeiro, sem bola na rede.
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Um primeiro tempo de muita pressão, sem haver muito capricho nas finalizações. Quase uma repetição disso no segundo tempo. As trocas não se mostraram eficazes. Ao contrário disso, as entradas de Elano e Zé Roberto mataram as chances de gol que surgiram em profusão até então. O ataque não aproveitou nada e o gol não saiu. A vitória do Goiás sobre o Botafogo fez com que o tricolor recuperasse a vice-liderança do campeonato. E agora todas as atenções são voltadas para a quarta-feira e o decisivo jogo contra o Atlético-PR. Todos os caminhos levam à Arena.
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Como jogaram
Dida: ganhou ingresso grátis para ver o jogo.
Moisés: sua estreia há alguns meses atrás foi sofrível, de sentir saudades do Bustos. Havia entrado para substituir o expulso Pará na partida contra o Coritiba e ao menos não fez fiasco. Hoje foi escalado como titular justamente por conta da expulsão do titular no último jogo e iniciou o jogo com bom ímpeto, avançando e cavando faltas. Chegou a acertar 2 cruzamentos, número de fazer inveja a Pará (e talvez somente a ele). Não fez muito mais que isso, conseguindo uma atuação regular.
Bressan: o guri que veio da Serra deu uma melhorada nos últimos jogos, fruto talvez da parceria com Rhodolfo. Hoje não comprometeu, fez o feijão com arroz.
Rhodolfo: uma das melhores contratações do tricolor neste ano, tem sido o xerife da zaga. Sempre seguro e dominando o setor, mostrou o mesmo neste dia.
Alex Telles: outra ótima aquisição neste ano, poderia ser um jogador acima da média se treinasse mais os cruzamentos. Sua mania de alçar a bola para área à meia altura é enervante. Por preços módicos, posso ensinar como se faz. Fez um bom cruzamento no primeiro tempo e errou quase todo o resto, sendo efetivo na defesa. Foi substituído por Wendell.
Souza: apesar de alternar algumas jornadas abaixo da média com outras bem acima, tem sido firmado na primeira posição do meio campo e por vezes correspondido. Hoje fez o básico, nada além disso.
Ramiro: mais um que ganhou a titularidade na base da ralação. Sua saída, coincidentemente, significou a diminuição drástica do ímpeto que o time vinha mostrando até então.
Riveros: o capitão da seleção paraguaia tem demonstrado que sua contratação não foi em vão. Mas também foi regular, sem grandes lampejos. Saiu para a entrada de Zé Roberto.
Vargas:correu e cavou faltas, mas aparentou estar desinteressado no jogo. Foco na quarta-feira? Talvez.
Kleber: o Gladiador, mesmo quando não marca gols, notabiliza-se por participar ativamente do jogo, seja armando jogadas, cavando faltas perigosas ou até mesmo a expulsão de algum jogador adversário. Apanhou mais que mulher de malandro. Mas também não escapou de fazer uma trajetória apenas regular.
Barcos: centroavante vive de gols. O capitão do time até teve chances hoje, mas sua fase realmente é caso de estudos acadêmicos. Ao menos duas chances poderiam ter resultado em gol.
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Wendell: entrou e a torcida esperava aquilo que apresentou em sua estreia. Não fez nada além do que o titular Telles havia mostrado antes de sua saída.
Elano: entrou e nada fez de diferente para mudar a partida.
Zé Roberto: entrou e nada fez de diferente para mudar a partida.
Renato: ninguém nega que tem o grupo nas mãos. Erra e acerta como todo e qualquer treinador. É complicado, contudo, crucificá-lo quando as chances aparecem e os atacantes não aproveitam. Ainda tem crédito por conta da campanha, estando na semifinal da Copa do Brasil e mantendo o tricolor na vice-liderança do Campeonato Brasileiro.
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Arbitragem: Alício Pena Júnior (MG), auxiliado por Nadine Camara Bastos (SC) e Marrubson Melo Freitas (DF). Já não bastava aliviarem para o Cruzeiro, que não perderá o mando de campo e jogará contra o Grêmio no Mineirão, a CBF ainda escala um árbitro de Minas Gerais para apitar na Arena. Fez as pataquadas que quase todos os árbitros fazem para sacanear o Grêmio, apesar de não ter influenciado de forma cabal no resultado.
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Pitacos finais
Seu Algoz me deu como missão e presente a redação do post pós-jogo porque temos eventos especiais acontecendo. Além da recente estreia do novo visual do blog, também tivemos hoje a estreia da camisa preta em campo e o resultado do ganhador da camisa oficial do Grêmio, sorteada entre os leitores do blog com base no público que compareceu à Arena.
Público total que foi de 18.171 torcedores.
Além disso, é uma data por demais especial para mim. Há um ano atrás eu comparecia ao jogo que defini como aquele que seria minha despedida do Estádio Olímpico Monumental.
Grêmio e Ponte Preta enfrentaram-se no Velho Casarão e o tricolor venceu com um gol de André Lima aos 45 do segundo tempo. Cheguei em casa e, ainda com a adrenalina a mil, postei um comentário no blog, como normalmente fazia de forma periódica.
Qual não foi minha emoção quando este mesmo comentário foi postado na madrugada e, alguns dias depois, eu era agraciado com a honra de ser um colaborador fixo do Imortal Tricolor. Por conta disso acabei interagindo e conhecendo pessoas muito especiais.
Como sempre ressaltamos aqui, o Grêmio é uma instituição que faz a diferença na vida de milhões de pessoas. Comigo não foi diferente. Agradeço a Deus todos os dias por isso.
Como é bom ser gremista!
Saudações Imortais
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O GANHADOR DA CAMISA DO IMORTAL É
MAGNON ANDREY WARNAVA