RP: - Não é só vitória que passa o Grêmio, não. A gente pode ganhar nos pênaltis também.
lhb: - Mas aí vai matar o pessoal do coração.
RP: - Bom, você que é colorado, então, imagina. Não adianta ficar secando não.
lhb: - Mas aí baixou o nível, né? Você é melhor do que isso.
RP: - Não, não baixei o nível, não. Você está querendo escalar o meu time. Por favor, leva na brincadeira.
lhb: - Mas aí vai matar o pessoal do coração.
RP: - Bom, você que é colorado, então, imagina. Não adianta ficar secando não.
lhb: - Mas aí baixou o nível, né? Você é melhor do que isso.
RP: - Não, não baixei o nível, não. Você está querendo escalar o meu time. Por favor, leva na brincadeira.
[Renato Portaluppi e lhb, no episódio que ficou conhecido como "Mata tu que é colorado", 20/10/2013]
_______Os invictos
Um tempo atrás, o técnico argentino César Luís Menotti alcunhou muito apropriadamente os comentaristas esportivos como "los invictos". Óbvio e genial. Genial: eles nunca perdem. Sempre têm razão nas suas explicações de porque tal time perdeu um jogo ou um campeonato. Óbvio: sempre é porque os técnicos não seguem as suas orientações de notável saber futebolístico. Eles são invictos eternos.
O técnico do Grêmio tem sido bombardeado intensamente nos últimos trinta dias, por ataques vindos de setores bem definidos da imprensa, notadamente de um certo grupo jornalístico. Muitos torcedores não se apercebem dos motivos por trás disso. Como se sabe, a imprensa gaúcha é, normalmente, tendenciosa para o lado róseo. Isso é fruto de trabalho feito, principalmente, nas noites das segundas-feiras. A blindagem tornou-se mais intensa com o descarregar de verbas publicitárias Phipha que tornam tudo maravilhoso no lado do aterro. Mas o episódio "Mata tu que é colorado" abriu bateria extra de ataques ao nosso técnico. Ele será criticado, faça o que fizer. Episódios recentes escancaram isso. A "campanha pró Zé Roberto" foi um capítulo marcante. Porém, ela também ajuda a mostrar que os invictos são tremendos caras-de-pau, que jogam com a falta de memória da torcida. Vamos a um exemplo.
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A histeria
No início de novembro, os ataques contra Renato tinham como mote uma campanha para Zé Roberto entrar no time. Inflamada pelos invictos, a torcida gremista esqueceu as atuações fracas que tiraram o jogador do time, quando lutávamos quem sabe por uma vaga à Sul Americana, e entrou em transe. Uma histeria coletiva sequestrou o senso crítico de boa parte dos torcedores. Chegamos ao auge quando uma Arena quase lotada explodiu em ovação no jogo contra o Atlético-PR, ao ser anunciado como titular o nome Zé Roberto nos alto-falantes. Era como se estivesse sendo anunciado o regresso de Renato Portaluppi para atuar no ataque tricolor, após passagem pela Roma.
Nas páginas do jornal ZH do dia 05/11, uma matéria tinha como título "Eu, Renato". A pauta: "Consultados por Zero Hora, gremistas ilustres, ex-jogadores e cronistas escalaram o time ideal para encarar o Atlético-PR amanhã, na Arena." Assinantes podem ver a matéria aqui.
O nome de Zé Roberto estava em 10 das 11 opiniões. Dois invictos estimulavam a histeria: Diogo Olivier e David Coimbra. Vejam abaixo.
Os invictos caras-de-pau
Poucos dias depois, vejam as matérias publicadas pelos dois jornalistas no mesmo diário. Em 19/11, a pauta para atingir Renato mudou de nome: Máxi Rodriguez, o craque uruguaio que está sendo preparado para fazer história no Grêmio. Sob o título "Ó abre alas..." colunistas são demandados a encontrar um lugar no time para ele (assinantes podem ver a matéria aqui). Diogo Olivier propõe até tirar Zé Roberto do time.
No Clic RBS de hoje, David Coimbra diz que "Zé Roberto não pode ser titular". (Leiam aqui)
Conclusão
A torcida gremista precisa estar atenta a estes movimentos. Os invictos estão mostrando uma face excessivamente cara-de-pau. Ousada até. Contam que a enxurrada de informações faça as suas contradições passarem em branco. Por nós, não passam.