17 de dezembro de 2013

Novos rumos no futebol tricolor



Antes de qualquer coisa, quero dizer que estou aliviada. Não é Celso Roth o novo técnico escolhido para dirigir o Imortal Tricolor em 2014. Por um momento (de leve admito), temi que o presidente Fábio Koff pudesse nos brindar com esse abacaxi com data vencida. Para mim, seria  um abacaxi azedo e espinhento. Seria difícil de digerir goela abaixo. Ainda bem que as especulações dos i$ento$ passaram ao largo, quase na estratosfera.
Tite foi procurado e disse não. Quer um tempo longe do futebol.
Renato Portaluppi julga que precisa se valorizar e ganhar acima dos R$ 300 mil mensais mais premiações oferecidos. Ou seja, coloca-se fora do orçamento gremista para 2014. Logo, Enderson Moreira foi a opção que melhor se encaixou nos propósitos da direção após longa reflexão e análise. O Grêmio foge do lugar comum e traça novos rumos na sua política de futebol.

Presidente Fábio Koff recepciona técnico Enderson Moreira.


Círculo vicioso

Que bom que a direção gremista fugiu da arapuca e ousou romper o círculo vicioso que acomete a maioria dos dirigentes do futebol brasileiro. Geralmente esses senhores pensam estar se garantindo junto à torcida (salvando a própria pele) contratando técnicos escolados. Nos últimos anos, formou-se no Brasil uma casta de treinadores que guarda­­ reserva de mercado e formam a famosa “panelinha”- aquela que quem está dentro não sai e quem está fora, não entra.  E claro que assessorados por empresários espertos e esfomeados que movem mundos e fundos para colocar seu cliente no mercado. Pois eu estou cansada de treinadores que não têm mais aspirações elevadas e que estão imensamente mais ocupados em administrar seu patrimônio milionário a treinar times de futebol e ganhar títulos. E também estou cansada da realidade paralela dos salários astronômicos que os clubes brasileiros pagam para os seus profissionais. 

Enderson

Seria o técnico Enderson Moreira uma incógnita? Sim, de certa forma. É arriscado apostar em um emergente? Inegavelmente. O mesmo risco de apostar em Luxemburgo, Autuori, Celso Roth,  e mais uma penada de nomes conhecidos das torcidas Brasil afora e que já fizeram fiasco no Grêmio em algum momento de suas vidas. Ou seja, se nome e salário gordo garantissem sucesso, Pofexô teria feito a festa no RS em 2013. O que não foi o caso... Sabemos como tudo terminou.
A favor de Enderson, podemos aventar a possibilidade de repetir  Ênio Andrade, Felipão, Valdir Espinosa, Tite ou Mano Menezes no comando do Grêmio.
Gosto de ousadia, desafios e sangue novo. Novas mentalidades têm o poder de oxigenar os ambientes. Na maioria, treinadores são quase todos iguais. Pouco diferem entre si. Além disso, treinador não ganha nada sozinho. Para conquistar taças é preciso uma conjunção de fatores. Os astros devem estar alinhados – direção, comissão técnica e elenco caminhar no mesmo passo.

Categorias de base
Outro ponto importante, e que precisa ser considerado, é o fato de o novo técnico ter muita experiência com as categorias de base. É um técnico sem preconceitos, diferente de uns e outros. Saberá conduzir o trabalho de transição dos meninos para o time principal dentro da política de aproveitamento de jovens talentos que começou a ser implantada pela direção ainda com Renato no comando técnico.
Com dezessete anos de carreira, Enderson enfrenta o primeiro grande desafio de sua carreira profissional. Ele próprio reconhece o "gigantismo" do Grêmio. No mínimo, espera-se que  coloque a serviço do Imortal Tricolor toda a sua energia e a sabedoria que adquiriu no mundo do futebol. Já que seu contrato prevê premiações por desempenho, ele será o primeiro da fila interessado em obter sucesso.
Como não sou vidente, prefiro aguardar o início do trabalho e observar atentamente. Só então, será possível fazer uma avaliação mais justa e realista da sua capacidade profissional.