27 de maio de 2017

MW Tático - Análise de Grêmio 4 x 0 Zamora



O jogo, que era para ser tranquilo, se confirmou. Isso se deveu ao Grêmio massacrante, com domínio do jogo, com Luan (como sempre participativo), com Pedro Rocha em noite de Mineirão e uma boa estreia de La Gata Fernández. Nem analisarei Arthur, pois é chover no molhado (novamente uma acuracidade de mais de 90% dos passes).

Luan é o dono do time, o que mais se movimenta, o que mais participa, o jogador que faz o time rodar. Apesar de ter começado o jogo pela extrema direita, na linha de três meias, com Gata pelo meio e Pedro Rocha na esquerda, ele se movimentou por todo o jogo. Para se ter uma ideia, das três maiores trocas de passes, Luan está envolvido nas três:
Cortez para Luan = 12 passes
Michel para Luan = 11 passes
Gata para Luan = nove passes




E isso significa que ele é intenso, que é o jogador que mais procura jogo, que é o mais procurado. O time confia nele, sabe que quando ele pega ele atrairá a marcação, e vai liberar espaços. Vemos isso muito claro nos dois primeiros gols. No primeiro ele lança Pedro Rocha no meio e parte para receber na área. No segundo ele recebe no meio, abre na extrema direita para receber novamente, abrindo o corredor para Gata ir na para área, onde Pedro Rocha o acha em um lindo passe. Não sou eu que estou dizendo, e sim o Footstats, ao elegê-lo o melhor jogador da primeira fase da Libertadores.









Pedro Rocha aproveitou a fragilidade do adversário e teve seu melhor jogo do ano. Ele e Cortez movimentaram-se e trocaram muitos passes, inclinando o jogo mais pela esquerda, conforme gráfico de passes abaixo. Assistência para o primeiro gol, em uma jogadaça com direito a elástico, movimentação pelo meio no segundo gol, dando o passe anterior à assistência de Gata. Deu o passe para Cortez sofrer o pênalti e fez o quarto gol. Parece pouco, mas Pedro Rocha teve outras oportunidade cara a cara. Se fosse menos “preciosista” poderia ter feito a melhor atuação individual no futebol brasileiro do ano.

O Grêmio jogou mais pela esquerda contra o Zamora.



Mas se analisarmos suas atuações e seus números ao longo da Libertadores, Pedro Rocha não é “apenas” o suporte do lateral. Ele é o desafogo do time na troca de passes, quem puxa a marcação do lateral, e que pelos números abaixo, dando assistências e chutando a gol, não pode ser tão questionado.

Exibindo pedro rocha.png


Gata Fernández conseguiu aproveitar a chance. Boas viradas de jogo, lançamentos, passes de primeira. Tem experiência para controlar o jogo e, se o time está certo, pode render bem. Fez parte do que o Grêmio tem de mostrado de melhor: triagulações. Seja pela direita (normalmente o lado mais forte), com a presença de Arthur, Leo Moura, Ramiro/Gata ou na esquerda, com Cortez/Oliveira, Michel e também Arthur e Pedro Rocha. Normalmente Michel fica mais como primeiro volante e, devido à alta capacidade de Arthur, as triagulações pela esquerda também têm a participação deste último. Se Arthur está em ambos os lados nas triangulações defensivas, podemos falar o mesmo de Luan ofensivamente.



Gostou, concorda (ou não), quer mais números, posta nos comentários aqui no blog ou vem no meu twitter @mwgremio que vamos debater sobre FUTEBOL DENTRO DAS QUATRO LINHAS.