24 de maio de 2017

Um time maduro

Foto: Grêmio - Lucas Uebel

Após a virada em cima do Fluminense na última quarta, a primeira partida de maior importância que tivemos no ano, comecei a fazer uma análise do atual time do Grêmio.
Aquelas análises que a gente faz depois de ganhar título (Copa do Brasil 2016), que só não poderia ter sido feita antes de forma mais concreta por estarmos disputando apenas o Gauchão (que pra mim não é parâmetro). Aquelas análises de torcedor, que observa e sente o time, mas que também não quer dizer nada em definitivo.

Faz muito anos que acompanho futebol (não vou dizer aqui quanto tempo pra não entregar a idade). Nesses anos todos vi tudo que é tipo de time ser campeão, e vi tudo que é tipo de grupo o Grêmio ter.
Mas o que vejo nesse grupo atual, é que é um time maduro. 
Dia 14/05 estreamos contra o Botafogo em casa pelo Campeonato Brasileiro, o adversário não é dos mais fortes do Brasil, mas tem um time competitivo e muito bem treinado. Foi difícil abrir o placar? Foi. Dificuldade imposta por eles, mas conseguimos manter a tranquilidade e padrão de jogo, e assim conseguimos sair com a vitória. Na quarta-feira seguinte jogamos contra o Fluminense, o jogo que impôs maior dificuldade até o momento. O Fluminense possui um bom time e um bom treinador - como eu disse no post pós jogo: gostem ou não do Abel, sempre teve bons trabalhos. Nós entrávamos em campo pelo primeiro jogo da Copa do Brasil 2017, em casa, pra defender o título. O time saiu perdendo logo aos 4 minutos de jogo. Poderia ter desestabilizado o grupo, ter mudado o rumo do jogo... Mas não. O time seguiu tranquilo e com padrão de jogo. No último domingo, o jogo foi na Arena da Baixada contra um adversário que sempre complica em sua casa: Atlético-PR. Não lembro de um jogo tranquilo naquele estádio, sempre tem dificuldade ou confusão. E nosso vitória por 2x0 foi com futebol maiúsculo!
Alguém pode então lembrar da eliminação para o Novo Hamburgo. Mas até nesse confronto o time manteve tranquilidade e padrão de jogo. O mérito nesse caso foi do adversário. Perdemos por outros motivos, não por falta de maturidade.

O título da Copa do Brasil deu ao grupo tranquilidade e experiência. Eliminações e derrotas em outras competições e campeonatos anteriores também deram ao grupo amadurecimento. Sim, as derrotas fazem crescer, são delas que surgem as vitórias.
Abaixo a história dos principais jogadores do elenco, onde podemos ver suas conquistas e tempo de Grêmio.


Marcelo Grohe: no Grêmio desde os 13 anos, subiu para o Profissional em 2005 e assumiu a titularidade em 2012. Campeão da Série B em 2005 e da Copa do Brasil em 2016.

Pedro Geromel: maior parte da sua carreira profissional foi na Europa. Passou por times em Portugal, Alemanha e Espanha. No Grêmio desde 2014. Campeão da Copa do Brasil em 2016.

Walter Kannemann: no Grêmio desde julho de 2016. Campeão do Apertura em 2013 e da Libertadores da América em 2014 pelo San Lorenzo e da Copa do Brasil em 2016.

Edílson: está na segunda passagem pelo Grêmio, contratado novamente em 2016. Campeão Brasileiro em 2015 pelo Corinthians e Campeão da Copa do Brasil 2016.

Léo Moura: contratado esse ano pelo Grêmio. Campeão Brasileiro 2009 e Bi-Campeão da Copa do Brasil (2006 e 2013) pelo Flamengo.

Marcelo Oliveira: no Grêmio desde 2015. Campeão Brasileiro Série B 2008 e da Copa do Brasil 2009 pelo Corinthians, Campeão Brasileiro Série B pelo Palmeiras e Campeão da Copa do Brasil 2016.

Douglas: está na segunda passagem pelo Grêmio, a primeira foi de 2010 a 2012. Campeão Brasileiro Série B pelo Criciúma em 2002, Campeão Brasileiro Série B 2008, Copa do Brasil 2009, Libertadores da América 2012, Mundial de Clubes 2012 e Recopa Sul-Americana 2013 todos pelo Corinthians, Campeão da Copa do Brasil 2016.

Gastón Fernandes: contratado esse ano pelo Grêmio, Campeão da Copa do Rei em 2005 pelo River Plate, Campeão da Libertadores pelo Estudiantes em 2009 e vários títulos Argentinos pelos times que passou (River Plate, Racing, San Lorenzo e Estudiantes).

Maicon: no Grêmio desde 2015. Campeão da Copa Sul-Americana 2012 pelo São Paulo e Campeão da Copa do Brasil em 2016.

Ramiro: no Grêmio desde 2013. Campeão da Copa do Brasil em 2016.

Miller Bolanos: no Grêmio desde 2016. Jogador da Seleção do Equador. Campeão da Copa Sul-Americana em 2009, Equatoriano em 2010 e da Recopa Sul-Americana em 2009 e 2010 pela LDU, Campeão Equatoriano em 2013, 2014 e 2015 pelo Emelec, e Campeão da Copa do Brasil em 2016.

Éverton: no Grêmio desde 2012, fez sua estreia no Profissional em 2014. Campeão da Copa do Brasil 2016.

Pedro Rocha: no Grêmio desde 2013, fez sua estreia no Profissional em 2015. Campeão da Copa do Brasil 2016.

Luan: fez sua estreia no profissional do Grêmio em 2014. Campeão Olímpico e da Copa do Brasil em 2016.

Lucas Barrios: contratado esse ano pelo Grêmio, jogador da Seleção Paraguaia. Campeão Chileno (Clausura) em 2008 pelo Colo-Colo (artilheiro da competição e maior artilheiro do mundo pela IFFHS), Campeão Alemão 2010/11 e 2011/12 e da Copa da Alemanha 2011/12 (artilheiro da competição) pelo Borussia Dortmund, Campeão da Super Liga Chinesa e da Copa da China em 2012 pelo Guangzhou Evergrande, Campeão da Copa do Brasil em 2015 e Brasileiro em 2016 pelo Palmeiras.


Uma mescla de jogadores com bastante cancha e vencedores, com jogadores de meia idade e experientes, e jogadores novos.
A maioria desses jogadores jogam juntos no Grêmio ha pelo menos 2 anos (ou quase). A diferença que isso faz pra entrosamento é grande. Significa também que passaram por experiências dolorosas juntos no Grêmio. Significa que cresceram juntos como atleta. Significa que amadureceram juntos.

Mesmo com desfalques de jogadores, os que estão jogando dão tranquilidade aos meninos que vem entrando (Jaílson, Michel, Arthur, Éverton, etc). Nós temos problemas? Sim, temos. Não conheço nenhum time no mundo que não tenha. 
Eu já vi muitos times campeões, mas grupo campeão é bem difícil. Longe de mim cravar aqui que esse grupo ganhará tudo, sairá campeão de novo da Copa do Brasil ou ganhará Libertadores ou Brasileiro - apesar de ser minha maior vontade. 
Podemos discutir qualidade de jogador X ou Y, mas se me perguntarem se nós temos um time maduro que pode conquistar títulos esse ano, eu respondo que sim, temos! Pode nos faltar outras coisas ali na frente, mas maturidade e vontade de vencer, não.