Numa certa noite, em novembro de 2010, uma reunião do Conselho Deliberativo (CD) do Grêmio terminou fervilhando contrariedades. O Conselho fora chamado para suplementar o orçamento do ano. Em outras palavras, referendar despesas já realizadas, que consumiram receitas de exercícios futuros. Os ingressos comprometidos (cotas de TV, patrocínios etc) haviam sido antecipados para fazer frente a despesas realizadas não previstas e receitas previstas não realizadas. Um verdadeiro macarrão orçamentário. Registre-se, tal prática não foi inaugurada na gestão Duda. É de uso corrente na cultura administrativa do Grêmio.
Da indignação veio a ação. Já está no Conselho Deliberativo do clube proposta de resolução que veda a antecipação de receitas sem prévia e expressa autorização do CD. Iniciativa do Movimento Grêmio Novo, a proposição conta com o apoio de conselheiros de outras correntes.
Por ela, qualquer antecipação de receitas deverá ser postulada diante do Conselho Fiscal, que se pronunciará, aprovando-a ou desaprovando-a. Após o posicionamento do Conselho Fiscal, a proposta segue para aprovação do CD, com quoruns distintos para aprovação, dependendo do parecer daquele órgão.
A medida pretende disciplinar a execução do orçamento do Grêmio, evitando surpresas em encerramentos de exercícios. Caberá aos 300 conselheiros do clube debater e instituir ou não a norma reguladora.
Com certeza, já passa da hora de se gerir as finanças do clube com mais controles, responsabilidade e visão de longo prazo.