12 de maio de 2013

Grêmio reduz folha salarial em mais de um milhão


Eu sou da opinião de que não se pode e não se deve pagar os salários inflados que são pagos para jogadores de futebol no Brasil. Respeito muito a profissão e acho que a categoria deve ganhar muito bem , mas as cifras alcançaram patamares que eu nunca imaginei pudessem alcançar. Extrapolaram em muito o razoável. Estando no Brasil, que está muito longe de ser uma Dinamarca , Alemanha ou Inglaterra, imagino que isso seja um disparate. Não somos esse país rico e desenvolvido que muitos desenham em suas imaginações fantasiosas. Pegando alguns exemplos de profissionais com notório saber, podemos fazer uma comparação.
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Um juiz de Direito, com todas as responsabilidades do cargo, tem uma remuneração mensal em torno de R$ 23mil mensais.
Quanto vocês imaginam que recebe um cientista-pesquisador no topo da carreira, que trabalha em laboratórios desenvolvendo a ciência e dando aulas nas Universidades Federais brasileiras? Um professor universitário que estuda por anos a fio, com mestrado, doutorado, pós doutorado, dezenas de trabalhos publicados em revistas científicas, com vinte e cinco anos de Universidade, dedicação exclusiva, recebe líquido um salário em torno de R$ 12 mil mensais. Isso se estiver no topo da carreira.
Um médico que atende pelo SUS em postos de saúde na maioria dos municípios do interior do Estado, talvez alcance a cifra de R$ 10 mil mensais.
Um alto executivo (o manda-chuva da empresa) de uma multinacional poderosa, com todas as demandas do cargo e estresse diários deve receber salários próximos a R$ 150 mil.
E quanto recebe de salário um jogador do mesmo nível técnico de um William José, terceira ou quarta opção no banco de reservas, por exemplo? Segundo noticiado esta semana, R$ 180 mil mensais. É ou não é uma loucura ou um disparate? O abismo que separa esses números é colossal. Não há uma explicação lógica para isso. O que se dirá daqueles jogadores que recebem 500, 600, 700mil...?
Alguns dirão: “não dá para comparar”. Não dá mesmo! Pode um jogador de mediano para baixo receber quase R$ 200mil mensais? Respondo: não, não pode. A metade desse valor já estaria de bom tamanho. Então podemos ver que os dirigentes que comandam o futebol brasileiro agem como príncipes nababos. Mas com o dinheiro dos outros, é claro!
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Aposta em jovens como Alex e Bressan é um ótimo caminho para o clube.

Considero que para ganhar muito bem, acima de R$ 100 mil mensais, somente se fosse craque, tão craque que resolvesse os jogos para o seu time. Que tivesse desempenhos que justificassem o investimento. No próprio Grêmio existem esses jogadores que valem o tanto que recebem (e muito bem). Eles já provaram que são muito bons naquilo que fazem. O que não podemos continuar vendo é empresário empilhando jogadores sem grife com salários muito acima do merecido pelo futebol que jogam.
Então, desde que essas bizarrices tiveram início nos clubes brasileiros de futebol, como torcedora e cidadã me insurjo e não concordo com elas. O que vai acontecer logo ali na frente (estamos muito próximos de saber) será a inviabilização financeira dos clubes de futebol que não terão mais como manter essa farra ensandecida. Sabendo que não existe mágica e dinheiro não dá em árvores, já dá para prever o final da história.
E nem vamos abordar aqui sobre as ingerências e influências dos atualmente poderosos “empresários” nos clubes, porque este assunto renderia um livro. Eles praticamente privatizaram os clubes de futebol em benefício próprio.
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Foi neste cenário que o presidente Fábio Koff assumiu o Grêmio ao final do ano passado. Assim como todos os clubes grandes, uma folha bem gorda para quitar ao final de cada mês.
Por isso, o trabalho que está sendo feito nos últimos meses desde a posse, visa equilibrar e cortar ao máximo as despesas. Não existe outro caminho. Aliás, outros grandes gastam mais ainda e já imagino o cenário catastrófico quando a bomba explodir.
Algumas medidas tomadas ultimamente pela atual direção gremista, já atingiram o objetivo traçado. Com a dispensa de vários atletas e vinda de novos, a folha de pagamentos conseguiu ser reduzida em aproximadamente R$ 1,110 milhão mensais. Perdemos em qualidade? Acho que não. O segredo é desinflar o elenco e escolher a dedo as novas contratações. Assim, a redução de gastos é inevitável. Basta vontade e determinação para fazê-lo.
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Veja quanto o Grêmio economiza com a saída dos seguintes jogadores:

Marcelo Moreno     700 mil

Bertoglio               200 mil

William José          180 mil

Douglas Grolli          30 mil 


Dessa forma, a folha salarial , que era de R$ 7,5 milhões mensais, baixa para R$ 6,4 milhões.
Mas eu imagino que não ficará só nisso. É bem provável que novas medidas sejam tomadas  a fim de fortalecer ainda mais a saúde financeira do clube. O início do aproveitamento dos meninos da base em maior escala já é um muito bom caminho, assim como a contratação de jovens promissores como Bressan, Gabriel, Alex Telles, Jean Deretti garimpados em equipes menores.
Esse é o ponto.
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 Não deixe de assistir o vídeo de Marcos Agostini no post anterior. Espetacular!!! E também este aqui embaixo. Não menos do que o outro.


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Parabéns, mamães gremistas pelo seu dia!!!