20 de janeiro de 2014

Jogando sobre a grelha

No mundo feminino isso é muito comum. E posso afirmar para todos: é de chorar de dor.
Do que estou falando? De bolhas, senhores! Bolhas nos pés. Quem já teve uma bolha d'água causada por fricção de calçado, sabe o quão doloroso é.
Não lembro de algum homem da família se queixando de bolhas nos pés. Pela comodidade do calçado masculino, é mais difícil de acontecer. É um misto de ardência e dor lancinante.
Lembro de um dia ter saído com uma sandália, e no meio do passeio ter de parar, tirá-la e lacrimejar sentada em uma mesinha de bar. Claro que tive de correr atrás de curativo na farmácia mais próxima para tentar conseguir chegar o mais rápido possível em casa.

Não, não estou desviando o foco do jogo de ontem. Os meninos não jogaram bem. Faltou articulação no meio campo e os jogadores do São José se impuseram na marcação. Na minha opinião, estes foram os principais pontos do jogo de ontem que nos levaram à derrota. Era visível a força física superior das cobras criadas do lado adversário. Também acho que houve falha do goleiro Follmann no gol (ele diz que teve desvio da bola) e da zaga que deixou a bola quicando na área para o inimigo mandar uma bomba. Mas a derrota deve ser debitada na conta de todos.
Então, pelos comentários de muitos leitores estamos de acordo que o time não foi bem. Ponto.


Assim são as bolhas causadas por queimadura.
Mas daí a crucificar os meninos, dizendo que nenhum presta e que não jogam nada, desculpem, mas é corneta pura. Alguém tem noção do que é jogar em uma temperatura de 67 graus centígrados em um campo de borracha, pisando num braseiro, onde a bola quica e muda de direção sob um sol torturante? Na sala do meu apto com ar-condicionado ligado, eu suava assistindo a partida. Considero isso uma desumanidade. Não tem cabimento em pleno século XXI, submeter pessoas a tal sofrimento. Por que esse jogo não foi marcado para depois das 20 horas? A TV que colocasse outro jogo no lugar.
Após o jogo, o técnico Mabília declarou que já no intervalo, alguns jogadores pediam para serem substituídos porque não aguentavam a dor das queimaduras na sola dos pés. "Ah, Pitica, cansei de jogar no calorão em campo sintético e corria como uma lebre." Tá bom, jogavas em alto nível contra mangolões que jogam há meses nesse tipo de gramado e já tem pata de cavalo de tão cascuda que deve ser a sola dos pés acostumadas que estão com a fervura do "gramado"?
Gramado, aliás, que é mais uma ideia brilhante do "dono" do São José, o senhor Noveletto.

Por favor, isso não existe no futebol profissional. É várzea pura.
Agora, a partir desta segunda-feira, vamos ver o que restou da aventura de ontem para escalar o time para a próxima partida. As notícias são de que apenas dois jogadores gremistas não tiveram queimaduras e bolhas nos pés. E sabemos que bolhas demoram pelo menos uma semana para sarar.
Esse é o Gauchão "charmoso" e bem planejado pela "competente" Federação Gaúcha de Futebol.