"Futebol é um aprendizado de
longa duração, como violino e piano: as primeiras e melhores lições devem ser
aprendidas na infância."
Gabriel Hanot, jogador de futebol,
técnico, soldado, piloto, jornalista e criador da Liga dos Campeões da Europa.
Caros
A partir do momento em que uma criança
nasce, a primeira e invariável pergunta costuma ser a tradicional “menino ou
menina?”. Quando um filho de gaúcho nasce, a segunda pergunta, invariavelmente,
sempre é a costumeira “gremista ou colorado?”. Desde roupinhas para crianças
até kits infantis são comercializados e presenteados, a fim de influenciar aquela
pequena mente na escolha de seu clube do coração. Isso ocorre porque, além da
óbvia rivalidade, há também um ponto importante a ser analisado nesta fase da
vida. É quando somos crianças que melhor podemos aprender como o futebol deve
ser encarado. E é na infância que temos de ensinar as crianças a frequentar o
ambiente do futebol da forma correta.
Quando o Brasil conquistou sua
primeira Copa do Mundo em 1958, na Suécia, o então editor chefe do jornal L’Equipe,
da França, fez uma matéria de página inteira alegando que havia surgido o Rei
do Futebol, um garoto de 17 anos que chamavam de Pelé. Gabriel Hanot havia visto
o antológico gol de Pelé na vitória contra o País de Gales naquela Copa e tinha certeza que aquele seria o maior jogador de todos os tempos. Hanot
nasceu em 1889 na cidade de Arras, na França. Jogou em clubes, atuou pela
seleção francesa e chegou até a ser técnico dela nos anos 40. Combateu como
soldado e piloto de caças na 1º Guerra Mundial e, ao término do conflito,
retornou à França. Porém, não pôde prosseguir em sua carreira de jogador por
conta de um ferimento de guerra.
Decidiu então ingressar no
jornalismo, iniciando no jornal Miroir des Sports e depois no L´Equipe, onde
foi editor chefe. Foi o criador da famosa Bola de Ouro, premiando o melhor
jogador europeu da temporada. E também criou o Campeonato Europeu dos Clubes Campeões,
a atual Champions League. Hanot também foi um dos precursores do
profissionalismo no futebol, dando grande ênfase às categorias de base e sempre
frisando que as crianças deveriam ser treinadas desde cedo no futebol de forma
holística, não apenas com fundamentos, mas também com noções de história do
esporte e disciplinas complementares, como Matemática e Idiomas. Ele mesmo,
além do Francês, era fluente em Inglês e Alemão. Gabriel Hanot morreu em
1968 e segue até hoje como uma lenda do futebol.
Neste domingo o Grêmio joga na Arena,
às 18h30min, contra a Chapecoense. Jogo para obrigatoriamente somar três
pontos. Felipão havia sinalizado com a possibilidade de Nicolas Careca, atacante da base, ser relacionado. Giuliano está fora e Barcos é dúvida. Mas o interessante neste domingo é justamente uma ação tomada pela direção do clube para
esta partida. Crianças entre 3 e 11 anos pagarão apenas R$ 5,00 pelo ingresso
em qualquer setor da Arena (com exceção da Arquibancada Norte). Grande
oportunidade para levar a gurizada não apenas para assistir o jogo, mas também
para ambientar-se e começar a sentir-se parte do Grêmio. São as
futuras gerações que continuarão seguindo o tricolor desde pequeno e fazendo
deste o maior clube do mundo. Para quem ainda não viu, segue abaixo um vídeo que circulou há alguns meses atrás na internet e demonstra um pouco disso.