Criciúma 0 x 3 Grêmio
Campeonato Brasileiro – Heriberto Hülse/Criciúma (SC)
A (des)ordem dos jogos, devido antecipação de partida, oferece visão distorcida da tabela de classificação. Aparecemos em quarto quando somos terceiro. Mesmo já tendo superado nosso adversário regional, e com goleada (só pra não esquecer), nosso time surge fechando a Zona da Libertadores. Uma Zona que tem quatro vagas mas pode ter cinco, dependendo do resultado dos times brasileiros nas competições paralelas. Ou seja, o que se vê é apenas uma ilusão, e os iludidos que acreditem nela. Nós temos os pés na grama, muito bem assentados, e aí de quem resolve brincar em serviço, logo terá sua atenção chamada. Não nos interessa se o placar é apertado, folgado ou tanto faz. Temos de jogar com seriedade cada minutos e cada partida, assim como o fizemos no sábado à noite em mais uma goleada. Sim, porque o time dos três volantes, às vezes quatro; do técnico retranqueiro … (o resto da ladainha você conhece bem e se estiver em dúvida leia a Avalanche anterior a esta) voltou a vencer de goleada no Campeonato Brasileiro.
Jogamos fora como se estivéssemos em casa. Impondo perigo desde o primeiro minuto e mostrando que a goleada da semana passada no Gre-Nal (desculpe ter que lembrar mais uma vez) resgatou a confiança que antes não tínhamos com a bola nos pés. Sempre marcamos bem – ao menos desde a chegada de Luis Felipe Scolari: temos jogadores que não se envergonham de abrir mão de seu talento individual para voltar à defesa; nossos atacantes roubam bola lá atrás ou a despacham para longe sempre que necessário; nossos defensores passam a partida cobrando empenho um dos outros, e todos eles têm de ouvir bronca de Marcelo Grohe no menor dos vacilos; sem contar Pará, um caso à parte, que somente ontem, em três bolas que tirou do atacante, vibrou tanto quanto nossos goleadores (podem reclamar seus corneteiros de plantão, mas eu o respeito por isso).
O amadurecimento de nosso time, porém, fez surgir outra faceta: os passes estão mais precisos e confiantes, o que coloca nossos atacantes com mais chances de gols; antes de se pensar em recuar a bola, arrisca-se o drible, tenta-se a tabela produtiva ou mesmo o chute. Ontem foram mais três gols, graças a perspicácia do baixinho Dudu, do cabeceio de Barcos (até gol de cabeça voltamos a fazer) e da velocidade de Ramiro. É um time que olha para frente sem abrir mão da segurança lá atrás.
Não quero como muitos por aí, me iludir com o que estamos vendo, pois não podemos esquecer que as duas últimas partidas vencemos de goleada adversários medianos (perdão, mas não ia perder a oportunidade de uma brincadeira). Nem podemos esquecer a dureza dos jogos que vêm a seguir: Cruzeiro em casa, Corinthians e Bahia fora, e Flamengo, na Arena. Mas não tem como não ficar muito feliz ao ver que o Grêmio volta a jogar um belo futebol.