8 de novembro de 2014

Daniel Matador - Ou Vai ou Racha




"Muitas vezes é a falta de caráter que decide uma partida. Não se faz literatura, política e futebol com bons sentimentos..."
Nelson Rodrigues

Caros


Como todos sabem, neste domingo teremos o derradeiro Gre-nal do ano, o qual será disputado na arena mais moderna das Américas. Diferentemente do que ocorreu no jogo realizado na casa do outro clube, onde os gremistas tiveram de andar em um brete ao léu para chegar ao estádio, na casa tricolor a torcida adversária desembarcará confortavelmente de seus ônibus praticamente dentro do estádio, sem preocupar-se com intempéries. Mas isso só é possível quando o clube mandante possui duas coisas: um estádio de primeira linha, com os devidos acessos para tal, e muita fidalguia.

A fidalguia gremista já é uma tradição desde a criação do clube. No histórico primeiro Gre-nal, quando socamos impiedosos 10 gols em um escrete que teve a audácia de desafiar o já então mais poderoso clube da região, o Grêmio pagou um jantar para os combalidos colorados após a partida. Até mesmo porque deveria ser bem chato tomar 10 talagaços na cola e ainda ter que pagar a janta para o vencedor.

Só que esta fidalguia, via de regra, não costuma ter reciprocidade. A torcida do Grêmio já passou por diversos episódios em que foi extremamente mal recebida pelo anfitrião da beira do lago. Mesmo dirigentes tricolores, quando convidados para eventos do outro clube, acabavam recebendo como paga pela fidalguia de sua presença a necessidade de ouvir impropérios contra o próprio Grêmio.

Já que neste domingo receberemos em nossa moderna arena a torcida colorada com a tradicional educação com que não somos recebidos na beira do lago, que ao menos o time em campo espelhe-se no Grêmio de antigamente e aplique uma sonora SARANDA no adversário. Ninguém tem a pretensão de querer reviver os 10 gols do primeiro Gre-nal. Apenas que os jogadores e a comissão técnica entendam que devemos parar com os bons modos dentro de campo. O outro lado já mostrou inúmeras vezes nos últimos anos, tanto dentro quanto fora das quatro linhas, que bons sentimentos não têm gerado resultados positivos. Se for esta a fórmula para que a vitória venha neste domingo, que assim seja. Estamos cansados do bom-mocismo. Ao menos enquanto as vitórias não estiverem aparecendo.

O grupo há que entender que uma vitória neste jogo significará para o tricolor a real possibilidade de permanecer de forma definitiva no grupo que irá classificar-se para a Libertadores da América do ano que vem. E pode inclusive empurrar o adversário para fora deste mesmo grupo. Dois coelhos com uma cajadada só. Pouco importa a escalação que Felipão colocará em campo ou o esquema tático preparado para o confronto. O que interessa é ganhar para seguir em frente e barrar a caminhada dos demais. A vitória neste domingo é primordial para nossos planos futuros. Só um resultado positivo interessa para as pretensões do Grêmio. Ou vai ou racha.

Saudações Imortais