Turbilhão
Esta semana, que começou na sexta-feira passada, jamais esquecerei.
Comecei capotando o carro em viagem para Porto Alegre onde fui festejar os 90 anos do meu pai. A causa, uma caminhão incrivelmente parado na pista de rolamento esquerda da BR101. Parado e sem sinalização. Depois correu para tirar um pouco da estrada e colocar o triângulo. Mas era tarde.
Eu e meu filho, saímos com pequenas escoriações.
Nada mais importante e melhor poderia acontecer após a incrível sorte.
Mas ganhei na Mega Sena no sábado. Não na sena, na quadra. Uma merreca de 550 pilas.
Teria eu gasto a minha sorte salvando a vida mas com prejuízo danado e acertando improváveis 4 pontos em 6 ganhando em troca uns trocadinhos?
Mas domingo fui ao jogo. Deprimido. Com pensamento dia e noite no acidente. Quase não fui. Mas que remédio maravilhoso é ganhar GRE-nada! E eu estava lá.
Melhor do que ganhar é golear.
E melhor do que apenas golear foi ver o destempero do anão da fala fina.
Saí renovado. Com dores no corpo mas com a alma lavada.
Para cada capotada um gol do Alán Ruiz.
Pena que o juiz não deu os 5 minutos ou mais que as paralisações indicavam. Seria 5 ou 6 fácil.
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Sala da velharia
Já não ouvia o sala de redação há tempos. Esporadicamente, em dias pós jogo dava uma espiada. Segunda resolvi ouvir. Queria me divertir um pouco. Empurrar para mais longe os pensamentos do acidente.
E fui brindado com baixarias indescritíveis. No meio de tanto disparate uma frase do Cacalo: "sempre que o Grêmio ganha tem briga no sala".
Pois é. Os nascidos em 2006 não conseguem controlar a arrogância. Não sabem perder.
Uma vergonha.
Mais vergonhoso foi o que fizeram depois da demissão do jornalista mazembado.
Convidaram o Fernando Bla-bla-lho para entrar no lugar dele.
Se o convite já foi uma vergonha, o aceite do elemento foi espantoso.
O que certas gentes não fazem para uma promoção. Até entrar em programas decadentes eles entram.
Mas admitamos que a repercussão foi grande. Certamente não a esperada. Se eu já quase não ouvia o programa, agora sim que nunca mais o farei. Sei de muitos gremistas com o mesmo espírito. E teve isto aqui também.
Mas fica mais uma vez uma amostra da diferença de grandezas entre o Imortal e o timinho do aterro. Vocês já imaginaram o Presidente Koff aceitando convite para ganhar algumas merrecas em um programa de debate na rádio? Não. E não o fizeram porque isto é inimaginável.
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O que vem pela frente
O GRE-nada é passado. Em futebol não há muito tempo para festejar. Já li hoje torcedores ofendendo a direção porque o Chávare foi para o São Paulo e porque leram que o Paulinho, aquele que veio do Juventude, vai ser observado pelo Felipão.
Aliás, um dia talvez se conte aqui o que ocorreu para o Chávare sair. Não será hoje. Mas é assim. Ganha de goleada ontem. Festeja hoje. E pula para fugir de corneteiro amanhã.
Pior do que os corneteiros é o próximo jogo. E sábado será o dia D. O Grêmio ganha do Criciúma e eu aposto com quem quiser que estará entre os três primeiros. O Grêmio empata ou perde e a euforia e esperança nascidas do GRE-nada vão para o ralo.
Eu tenho convicção que ganhamos.
E sinto os jogadores com vontade.
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Duas palavrinhas sobre o jogo
A última frase acima me fez escrever as que seguem.
Muito já foi dito sobre o jogo. Aqui no blog, nas redes, etc.
Mas eu não posso deixar de comentar sobre o que mais gostei.
Não foi o banho tático do Felipão.
Não foi a segurança da zaga.
Não foi o comovente esforço do Pará entrando a morrer em todas.
Não foi a correria desenfreada do Ramiro de cima para baixo.
Não foram os minutos mágicos de futebol e catimba do Alán Ruíz.
Não foram as paredes quase sempre perfeitas do Barcos.
Não foi a exuberância do Fellipe Bastos.
Não foi a serenidade do Zé Roberto.
Não foi confirmar que temos a melhor dupla de zaga do Brasil.
Não foram as jogadas velozes e entortantes do Dudu e do Luan.
Não foi a categoria do desarme limpo do Walace.
O que mais gostei, afora testemunhar ao vivo o chilique da chiliquenta mazembada (o que é impagável), foi a vontade, a compenetração e a raça de todos. O Grêmio dos anos 90 voltou no domingo. Que fique conosco por muitos e muitos anos.