“Mal acabava
uma luta... e começava outra. E quando eu dava por mim, estava no meio de outra
peleia. Não conseguia parar. E lá vinha outra guerra, e outra guerra, e outra
guerra, e mais outra guerra, eu guerreei todas as guerras! Não perdi nenhuma!”
Capitão
Rodrigo Cambará, personagem de O Tempo e o Vento, obra imortal de Érico
Veríssimo, magistralmente interpretado por Tarcísio Meira na adaptação
televisiva feita em 1985.
Caros
Teremos neste
domingo o raro prazer de acompanhar o tricolor pela televisão aberta aqui nos
pagos, visto que o jogo contra o Santos ocorrerá em São Paulo e será
transmitido para o Rio Grande do Sul. Por mais um milagre do destino, o jogo
será às 16 horas, um bom horário para acompanhar quando se trata de jogos fora
de casa. E tem muita coisa em jogo nesta partida. O Santos perdeu Robinho, que não renovou seu contrato. O nada saudoso Werley levou o terceiro cartão amarelo na partida contra o Fluminense e não enfrenta o Grêmio (apesar de que, dado o histórico, seria um reforço). Mas conta com Ricardo Oliveira, um centroavante profissional que continua em forma, apesar da idade.
O técnico
Roger não poderá contar com Maicon, autor do golaço na vitória sobre o
Palmeiras. Em seu lugar, uma alternativa interessante seria deslocar Marcelo
Oliveira para a volância, botando Marcelo Hermes na lateral esquerda. Os dois Marcelos
já mostraram que podem render bem nestas posições. Mas Roger adiantou que a
tendência é que Edinho seja utilizado no lugar de Maicon. Desta forma, a equipe sofreria alteração em apenas uma posição, mantendo a estrutura que vinha sendo utilizada nas últimas partidas. O time
deverá ser composto por Grohe no gol, com Rhodolfo e Geromel na zaga. Galhardo
e Marcelo Oliveira são os laterais. No meio, Edinho junta-se ao cada vez melhor
Walace, com Douglas, Giuliano, Pedro Rocha e Luan completando a equipe. Resta
ver se dará certo e o time poderá manter a mesma pegada que vem apresentando, podendo engatar
a quinta vitória seguida no campeonato.
Edinho deve ocupar o lugar de Maicon, afastado por conta do 3º cartão amarelo. |
Em 1985, a
Rede Globo, esta mesma que detém os direitos de transmissão do campeonato e sacaneia o Grêmio nos horários dos jogos,
adaptou para a televisão a magnífica obra O Tempo e o Vento, de Érico
Veríssimo. Esta até hoje pode ser considerada a maior saga já escrita no
Brasil, não tendo outra que sequer possa equiparar-se a ela (na opinião deste humilde
escriba). Dentre vários ícones desta epopeia, um dos que mais se destaca é o
Capitão Rodrigo Cambará, o qual foi vivido na adaptação televisiva por Tarcísio
Meira, em espetacular interpretação.
Mesmo quando acha motivos para descansar
de seu cotidiano de lutas e batalhas, o Capitão Rodrigo encontra dificuldades
em adaptar-se à vida pacata no povoado de Santa Fé, de onde chegou "vindo ninguém sabia de onde, com o chapéu de barbicacho puxado para a nuca". Ele era um senhor da guerra e a vida civil não
conseguia prendê-lo. Em uma cena antológica, ele relembra suas contendas e
brada as frases que encabeçam este post. Ler os volumes de O Tempo e o Vento é
obrigação de qualquer gaúcho.
Pois assim
como o Capitão Rodrigo, Roger tem feito com que o Grêmio não descanse em suas
lutas e prega o mantra da intensidade constante. Mal acaba uma guerra, outra começa. E depois outra, e mais outra, e mais outra.
E todas elas têm de ser enfrentadas. É quase impossível, estatisticamente falando, vencer
todas. Mas manter o estado de espírito que o time vem apresentando nos últimos
jogos é condição vital para que o topo da tabela seja atingido.
O jogo é na
historicamente hostil Vila Belmiro, contra uma equipe tradicional. O tricolor já
bateu pequenos neste campeonato, como Figueirense e Avaí. Também já bateu
grandes, como Palmeiras, Cruzeiro e Corinthians. Não importa o tamanho, o
importante é vencer e somar os 3 pontos. Como já dizia o Capitão Rodrigo
Cambará, “nos pequenos dou de prancha e nos grandes dou de talho”.
Saudações
Imortais