Joinville 0x2 Grêmio
Brasileiro – “Arena”Joinville
As poças d’água eram visíveis na maior parte do campo e a grama mal disfarçava o barro no piso de jogo de um estádio que alguém pretensioso batizou de arena. Jogar futebol era a última das possibilidades, nesta tarde, no interior de Santa Catarina, estado que vem sofrendo semanas após semanas com as chuvas. É de surpreender que as duas equipes tenham tentando jogar bola e conseguido levar emoção para a partida que marcou a última rodada do Campeonato Brasileiro.
Para consagrar a campanha iniciada com o comando técnico de Roger (perdão se continuo a lhe chamar da forma como nós torcedores o conhecemos), em maio deste ano, o Grêmio fez cedo o primeiro gol, em um momento raro no qual se conseguiu driblar a precariedade do campo, e confirmou a vitória, no segundo tempo, curiosamente beneficiando-se desta mesma precariedade. Chegou a sofrer pressão, mas esta também foi calculada, pois obrigou-se a adaptar-se as condições impostas, chutou bola pra cima, pro lado e pra onde mais fosse possível. E se defendeu com todas suas possibilidades e riscos – o perigo de uma lesão era eminente, Luan que o diga.
Achei engraçado ouvir alguns comentaristas querendo analisar a qualidade do futebol jogado hoje sem levar em consideração que naquele campo deveria ter sido proibido jogar futebol.
O Grêmio tem de ser avaliado pelo que construiu neste ano, pela força que teve de encontrar em seu elenco jogadores qualificados a praticar um tipo raro de futebol nos campos brasileiros, em que o passe preciso, o deslocamento constante, a aproximação em todos os setores do campo e o toque de talento na bola prevaleceram. Tudo isso sem abrir mão de um marcação sob pressão desde o campo ofensivo,que teve sucesso porque contava com participação de todos seus jogadores. Impôs respeito pelo futebol jogado, jamais pela violência aplicada.
Os gremistas recuperaram o prazer de torcer por seu time, não que tenham em algum momento desistido de fazê-lo, sempre o fizemos, mas a falta de evolução não nos oferecia a expectativa de tempos melhores. Ao pôr a bola no chão – exceção ao jogo de hoje, onde esta foi impedida de rolar – e privilegiar o bom futebol, Roger e sua equipe nos trouxeram esperança. Mais do que isso: nos deram resultados; alguns históricos, não é mesmo? Aliás, muito mais do que isso: nos colocaram outra vez na Libertadores, que, afinal de contas, é o que realmente nos interessa.
Prepara-se: em 2016, tem Grêmio na Libertadores!
PS: e você vai fazer o que no ano que vem?