San Lorenzo 1×1 Grêmio
Libertadores – Buenos Aires
Um gol quando o jogo mal havia se iniciado. Um gol bem quando o jogo estava terminando. E entre um mal-feito e um bem-feito, havia Marcelo Grohe.
Nosso goleiro foi heróico aos 19 do primeiro tempo quando limpou a barra do nosso esquema defensivo.
Foi elástico, aos 42, ao despachar o chute traiçoeiro do adversário.
Como a sorte ajuda aos homens de boa vontade, aos 43, Grohe foi salvo pelo travessão, uma vez; pelo pé alheio, na segunda; e por seu fiel escudeiro Geromel, na terceira.
E ainda havia todo o segundo tempo para Grohe operar milagres.
Verdade que o time da casa não repetiu a artilharia dos primeiros 45 minutos, mas quando só Grohe poderia nos salvar, como naquele lance nos acréscimos, foi ele quem nos salvou.
Salve, Grohe!
Grohe, porém, não pode fazer tudo. É preciso que alguém faça gol. E Lincoln fez justo quando os descrentes já haviam abandonado a causa.
Salve, Lincoln!
O guri entrou desajeitado em meio a um time que jogava desajustado. A bola quase não chegava ao pé dele, pois não havia ninguém mais em condições de carregá-la com a precisão necessária.
Após um cruzamento mascado e uma bola prensada, Lincoln acertou o único chute a gol do nosso time, naqueles últimos 45 minutos de partida. A bola passou rente e entre as pernas do zagueiro deles (que não era assim um Geromel) e foi parar dentro do gol.
Um gol que talvez não tenha feito jus ao futebol que apresentamos. Mas que fez à história que construímos: a de Imortal Tricolor. E só por acreditar sempre nesta história, fiquei atento, ligado, sofrendo e torcendo até o apito final do árbitro, sem perceber que me restariam pouco minutos para descansar e iniciar maratona de trabalho, nesta quarta-feira.
Quem se importa com isso, depois de ter tido o prazer de assistir a mais um grande feito da nossa imortalidade.
Salve, Gremio!