11 de março de 2016

O gênio incompreendido, as chances e o Nestor



Mazáááá Roger véio

Estive na Arena quarta-feira. Foi ótimo abraçar os amigos que encontrei. Mas foi duro aguentar o que eu vi.
Dos três jogos em sequência na Arena este era o que mais temia. Não só porque o San Lorenzo é o único dos três adversários que se pode dizer que é bom. Mas especialmente porque time argentino é sempre catimbeiro e sabe jogar fora de casa.
O primeiro tempo até foi razoável. O time do papa fez duas linhas de quatro o que dificultou muito a movimentação do ataque do Grêmio. Enquanto isto a defesa não sofria percalços. Algumas chances apareceram e Fred fez o gol na primeira e única falta que bateu depois que chegou no tricolor. Everton podia ter matado o jogo mas deu uma bomba no travessão. E a defesa falhou de novo miseravelmente na bola aérea. Um empate que não poderiam ter deixado acontecer.
O segundo tempo também foi de razoável para bom até os 20 minutos. Então Roger mostrou que assumiu definitivamente o status de treinador. Mostrou que amadureceu no cargo.
Já tinha timidamente tentado assumir dois ou três jogos atrás mas quarta Roger saiu do armário. Para ser rotulado de treinador, para ter escrito treinador na carteira de trabalho, o sujeito tem de ser uma mistura de gênio com idiota. Um treinador que se preze de vez em quando tenta um lance de genialidade, ou que pelo menos ele entenda que vai ser genial. Geralmente acaba tomando uma decisão imbecil. Se tem muita, mas muita sorte, ela funciona pela condescendência dos deuses. Aí ele vai para a entrevista todo pimpão e sorridente. Quando dá o que a razão e a lógica dizem que dará, e a meleca fica grande, vai para a entrevista cheio das desculpas e explicações que não convencem ninguém.
Até o Argéu, pelo menos eu acredito que isto ele saiba, pois até o Argéu deve saber que um time que empilha atacantes perde o jogo. E Roger jogou, acreditem, num 4-2-4 por 30  minutos. E pior, um 4-2-4 com Edinho e Maicon esbagaçados no meio. A gente olhava para o campo e via uma cratera entre a defesa e o ataque. A genialidade do treinador gremista resultou em 30 minutos sem um único ataque do Grêmio (muito menos chute a gol) e um filme de terror para a torcida e para os atletas que corriam atrás dos hermanos sem encontrá-los. Não perdeu porque acredito que o papa pensou que a torcida não merecia castigo tão forte.
Se serviu para ele aprender, fica o consolo. Mas treinadores... Esta raça é difícil de aprender as coisas.

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Eu fiz um post dizendo que o Grêmio não se classificaria. Mas por incrível que possa parecer, o resultado de ontem melhorou e muito as chances apesar do empate. O tricolor pode classificar, e possivelmente classificará se fizer 4 pontos no returno. Se fizer 5 ou 6 pontos é certo.
O melhor resultado ontem teria sido um empate entre LDU x Toluca. Mas a vitória do Toluca não foi ruim. Os mexicanos jogam as duas partidas contra o San Lorenzo e o LDU em casa, e provavelmente ganhará as duas. Virá a Porto Alegre classificado.
E o que o Grêmio tem de fazer? Esquecer esta bosta do torneio do Novelhaco que está equivocadamente, na minha opinião, valorizando e concentrar os esforços nos dois próximos jogos que serão fora.
Eu penso que será mais fácil ganhar do San Lorenzo lá do que aqui. O que não significa que eu esteja dizendo que ganhará. O time argentino jogou na Arena fechado e especulando um contra-ataque. Quase ganhou jogando assim, muito graças ao Roger, mas mostrou lentidão para contra-atacar.
O Grêmio tem que ter postura semelhante lá. Fechar os espaços e aproveitar a velocidade dos seus jogadores de frente.
Não, não estou preconizando que jogue retrancado pelo pontinho fora. Estou dizendo que, se precavendo atrás e contando com o nervosismo do adversário, que será eliminado se empatar, poderá ganhar.
Depois, ganhando, empatando ou perdendo na Argentina, tem de decidir por uma das duas possibilidades: chegar em Quito no dia do jogo contra a LDU ou, ainda melhor, ir com 15 dias de antecedência. Tem muita coisa em jogo para morrer no início.

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Nestor Hein foi em um programa da Rádio Gre-nal na quinta-feira da manhã quando debateu com o Pedro Affff...tato. O assunto foi, ainda, a entrada criminosa do jogador mazembado no Miller.
Do debate ficaram algumas conclusões:

  1. O DNA deles tem o mau-caratismo como um componente muito forte. Só não disseram que foi o próprio Miller quem se machucou com uma marreta. Mas todas as outras insinuações possíveis foram feitas. Patética a defesa veemente de um jogador que em menos de um ano de carreira já tem meia dúzia de cotoveladas desferidas. Assim como foi ridículo dizer que o lance não foi proposital.
  2. Nestor Hein representa sempre muito bem o Grêmio. Ele diz o que a torcida quer dizer. Sobre a entrevista do dia anterior do Derróteo Pífio ele foi direto e certeiro. "Este senhor foi asqueroso, nojento, o que ele disse foi uma vergonha. Deu asco."
  3. Mais certeza deu aos gremistas que o torneio do Novelhaco tem de ser abandonado.

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Em relação ainda ao assunto acima, vale reproduzir o twitter do Carlos Josias.