4 de julho de 2012

Frases bonitinhas mas ordinárias


Bonitinhas mas ordinárias

Frases ... Frases ...
Tem muita gente que ganha a vida sem dizer nada que preste mas famoso por aquilo que diz. Podem olhar na política, no jornalismo, no futebol ... Para qualquer lado que se olhe, lá estão eles falando asneiras de uma forma tão bonita, tão vigorosa e tão convicta que o menos atento ou o bobão compra e tenta depois revendê-las.

Primeiro exemplo: "Time que é bom passa por cima da arbitragem."

Esta frase tem chovido após algumas derrotas do Grêmio. Depois de domingo passado foi repetida à exaustão. E o que fez o juiz de tão grave? Aparentemente nada. Não houve um pênalti, um gol mal anulado, nada. Talvez um impedimento mal marcado em que Kleber ficaria na cara do gol. Mas e então?
Então que o elemento "apenas" travou o jogo. Falou no ouvido dos jogadores do Grêmio. Em um lance do segundo tempo, para dar cartão amarelo para jogador do Atlético levou 5 minutos. Ele pegou o cara e caminhou até a bandeirinha do escanteio. Isto vai minando a paciência e,  consequentemente, influindo no rendimento.
Juiz que sabe roubar faz assim. Não se expõe. E conta com a ajuda dos "profissionais" da imprensa. Alguns por incompetência, outros por venalidade mesmo, escondem-se atrás de outra frase bonitinha mas ordinária:

"Este é um lance de interpretação do juiz".

É mesmo? Está lá escrito nas regras da FIFA que cada juiz pode interpretar se a canelada foi canelada, se empurrão foi empurrão e se rapa por baixo foi rapa por baixo? Em relação ao empurrão tem outra frase malandra:

"O jogador foi empurrado mas a força não foi suficiente para derrubá-lo. Portanto, ele se atirou."

Neste caso o glorioso jornaleiro consegue incorporar no jogador derrubado e avaliar a força do empurrão.

Ou aquela outra bonitinha, ordinária e, principalmente estúpida:

"Quando ele caiu ele estava dobrando os joelhos, portanto, não foi pênalti."

Claro que ninguém dobra os joelhos para caminhar ou correr. Só jogador que quer pretextar pênalti,

Mas então tá. Aquele gol vergonhosamente anulado no jogo de estréia contra o Vasco quando estava 1 x 1 não teve nenhuma influência no resultado.

Depois de escrever esta última frase eu vislumbrei o comentário inteligente que viria 10 minutos após a postagem: "mas o time do Grêmio deste ano não é bom para passar por cima da arbitragem."

De fato não é. Mas o time do Felipão de 1996? Aquele que perdeu uma Copa do Brasil porque um ladrão anulou um gol legítimo aos 45 minutos do segundo-tempo? Aliás, coincidentemente, o ladrão de 1996 foi o "observador de arbitragem" do jogo deste ano. Este mundo do futebol é realmente curioso.
Pois aquele time que ganhou tudo que disputou e que deixaram ganhar? Nem o morango mais morango dos morangos é incapaz de dizer que aquele não foi um dos maiores times do futebol brasileiro de todos os tempos. Mas então, por que não passou por cima da arbitragem?

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Forlan

Aqui e ali gremistas lamentando a possível vinda de Forlan para o timinho. Forlan foi, sem dúvida, um grande jogador. Continuará sendo?
Alguns indícios parecem mostrar que não. A Inter de Milan, todos vocês vão concordar, está longe de ser um Barcelona, um Real Madrid e mesmo um Intermunicipal. É um time comum. Ruim até. E com os crônicos problemas de ataque que são característicos do futebol italiano. Pois bem: neste time ruim Forlan quase não jogou por opção do treinador e, mesmo tendo contrato por mais dois anos, fala-se em liberação gratuita.
Em relação a isto, há uma frase surrada mas nada ordinária: quando a esmola é demais ...
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Bertoglio

Noticia-se que Bertoglio vai para a Ucrânia para uma conversa "olho no olho" com o presidente do time dele para tentar voltar ao Grêmio.
A minha sensação ao ler isto é de completo e absoluto desalento. Então o jogador quer jogar no Imortal mas a direção não faz nada para ajudar? Deixa tudo nas mãos e na vontade dele?

Vai ver que Obinodone e Pe(dechinelo)laipe ouviram a frase bonitinha mas ordinária do Davi Coimbra outro dia: "Bertoglio não é o que o Grêmio precisa."
Pode até não ser. Isto se o Grêmio não precisasse de um meia rápido capaz de acelerar o jogo e de aumentar a velocidade do contra-ataque. Sem ele, ou alguém com as suaas características, ganhar de todo time que se fechar vai ser um parto natural sem anestesia.
Eu tenho a plena convicção de que se ele estivesse em campo, a história dos jogos contra o Palmeiras seria outra. Mas eu não escrevo nos jornais e nem participo de programas de rádio.
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Nada bonitinho mas muito do ordinário

Aqueles bobinhos e ingênuos que não querem que falemos sobre as coisas do cocôirmão, como se elas não nos dissessem respeito, devem dar uma olhada neste link deixado por um leitor nos comentários.
Claro que é bom e gostoso escrever sobre o time, os jogadores, a última vitória, etc.
Mas é ainda mais claro, pelo menos para a maioria, que o futebol está muito longe de se restringir às 4 linhas. Quando o jogador está entrando em campo, está cumprindo o último rito de uma semana e às vezes de uma temporada de trabalho. E, todos sabem, somos diariamente influenciados pelo que nos cerca. Assim como o comentário elogioso injeta confiança, a crítica injusta ou a notícia mentirosa mina esta mesma confiança.
Que há "interesses" de vários tipos que levam os jornaleiros para um lado e para o outro até as rúculas de Viamão sabem.
Então, com falou o Arigatô, não adianta reclamar e nem tentar nos pautar. Vamos continuar escrevendo sobre isto. Ou como diz sempre no fim do CQC o Marcelo Tass:

"Eles estão soltos por ai. Mas nós estamos de olho."
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Leia abaixo o post do Arigatô sobre um campeão de frases ordinárias e malévolas.