Mozart morreria de ciúmes

Grêmio 4 X 1 Caracas

Pré jogo

Hoje recebi o boleto da Unimed, do condomínio e da Net para pagamento. Todo o mês é igual. Outro dia comentei com um amigo ao ver o carro do correio passando, que os correios não vivem mais de cartas pessoais e telegramas, que estes não existem mais. Vivem do transporte de objetos e malas diretas com boletos e contas. Todos sabem que tem que pagar e elas vem. Sempre. Quando falham ainda nos ferramos mais porque teremos que pagar acrescido de multa. Mas mesmo sabendo que as contas são, junto com a morte, as únicas certezas que temos, nunca é agradável recebê-las e, menos agradável ainda é pagá-las.

Mas por que estaria eu hoje falando nisto?

Porque no meio do mau humor de agendamento de pagamento e coisa e tal me lembrei dos moranguinhos. Pelas minhas contas, eles pagaram até agora 26 parcelas do carnezinho da CVC para Dubai. Faltam ainda, portanto, 22 parcelas para alguns e 34 para os mais despossuídos. E muitos deles foram pegos pelo mazembaço em plena escala na África.

Querem saber? Esta lembrança me deu uma alegria, mas uma alegria tão grande que agendei todos os pagamentos assobiando. 
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Agora no início da noite a notícia da morte do Hugo Tchavez. Eu, pessoalmente, tenho asco de todo e qualquer sujeito que assume ser a solução eterna de uma rua, cidade ou país. O jogo é contra um time venezuelano. Como vão jogar? Soltos e felizes ou "a morrir por el jefe"? Como diz aquele panaca de Viamão, o tempo dará a resposta.

Primeiro tempo: 2 x 0

O Grêmio não mostrou nenhuma simpatia ou sinais de condolência pelo time da Venezuela e começou espremendo. Mas o jogo estava muito acelerado. Faltava sentar um pouco a bola no gramado para evitar o açodamento. Aos 6 minutos Barcos entortou um zagueiro mas cruzou mal. Foi a primeira jogada que levantou a torcida.
O jogo continuou acelerado e aos 14 minutos começou uma sucessão de escanteios. E numa pixotada do goleiro Barcos encestou aos 16 minutos. Placar justo embora não fosse uma atuação empolgante.
Aos 18 minutos Zé Roberto errou um gol feito cabeceando para fora. Aos 20 Vargas entrou driblando e o goleiro fez uma defesa espetacular.
O jogo estava totalmente sob controle até que aos 27 minutos aconteceu o inacreditável. Um elemento do Caracas entrou a drible e eu achei que sofreu pênalti não marcado. Carlos Simon, aquele que cansou de surrupiar vitórias do Grêmio disse que não foi. Talvez porque ele tenha se dado conta que não ia adiantar nada o empate naquele momento.
O time reduziu um pouco o ritmo mas aos 38 minutos, a manjada jogada do Werley deu frutos de novo. De cabeça na cobrança do escanteio fez o segundo. Um minuto depois Zé Roberto recebeu uma cocada baiana com leite condensado do Barcos e errou feio o que seria o terceiro.
Aos 45 minutos Vargas, de atuação espetacular, quase fez o terceiro.
Aliás, não teve ninguém mal no primeiro tempo. Fora Dida, que não suou nem as frieiras do pé direito, todos foram bem. Mas os destaques pela ordem: Vargas, Elano, Fernando, Zé Roberto e Barcos.

Segundo tempo: 2 x 1

O segundo tempo começou igual. Controle completo. Facilidade para jogar. Aos 6 minutos Barcos deu um doce para o Zé Roberto, mas deu um doce tão doce que Zé Roberto degustou, driblou o goleiro e só deu um tapinha para dentro.

Aos 14 minutos o jogo estava fácil. Não sei se foi por isto ou por um problema crônico do Cris, mas um jogador do Caracas subiu mais solto do que peido em bombacha e descontou. Dida não teve culpa.

Continuou na mesma e aos 19 minutos Vargas quase fez um gol que ele merecia fazer.

Aos 21 minutos Vargas driblou a mãe e os secadores e largou com açúcar para o Zé Roberto. Mas o guri, talvez por inexperiência, errou um gol feito.

Aos 23 minutos quase o segundo do Caracas.

Aos 27 minutos Parazinho, este guri safadinho com cabelinho danadinho, entrou driblando todo mundo e deixou Zé Roberto sem goleiro quase no risco do gol. E desta vez ele não errou. 

Aos 44 minutos Cris levou um amarelo e foi a segunda alegria dos secadores na noite mágica do Imortal.

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É o seguinte: o time que o presidente Koff montou e largou nas mãos do Pofexô não é um dos melhores times do Brasil nos últimos 10 anos. É apenas o melhor time já montado nos últimos 10 anos. A hora que estes guris amadurecerem, Zé Roberto e Elano especialmente, é possível que nem o queeee grupo consiga fazer frente.

Só tem uma coisa que é muito importante e é trabalho para o Pofexô. Ele tem de proibir que o time use salto alto.

Mas vou dizer uma coisa. Pela experiência e pela vontade destes caras acho quase impossível que isto aconteça.

Vamos ser campeões? Não é possível afirmar. Mas com a mais absoluta certeza, só o imponderável vai impedir. O time tem um potencial fantástico.

E para terminar. Às vezes eu tenho pressentimentos sobre resultados de jogos. Hoje não senti nada "sobrenatural". Apostei na vitória fácil pelo conhecimento do elenco do Grêmio e pela certeza de que o trabalho está sendo muito bem feito.

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Como jogaram

Dida: Se outro dia não suou nem a bunda, hoje não suou nem as frieiras. No segundo tempo também não trabalhou mas levou um gol.
Pará: Vou falar uma coisa. Ele a cada dia me deixa com menos saudade do Mario Fernandes. Não joga nem um décimo dele mas tem atitude. E praticamente fez o quarto gol.
Cris: Nenhum trabalho no primeiro tempo mas a iluminação da Arena deixa ele com jeito de ter cabelo de sarará oxigenado. Não sei se foi por isto, mas falhou no gol do Caracas.
Werley:.Virou mania fazer gol. Se bobeia vai fazer mais gol do que muito jogadorzinho aí que é desejado ardentemente pelo Tottenham.
André Santos: Discreto só fez uma jogada empolgante no primeiro tempo. Igual no segundo tempo.
Fernando: Alô você que não entende nada e corneteia o guri. Ele joga muita bola. É craque. Grande atuação.
Souza: Faz com Fernando a melhor dupla de volantes do mundo. Não passa nada. Eu no gol com estes dois na frente seria um sucesso.
Elano: Resolveu jogar tudo que sabe hoje. Só não jogou mais que o Vargas.
Zé Roberto: Muito bem.
Vargas: A cada dia justifica mais o tremendo esforço feito para trazê-lo.
Barcos: Está mais para navios ou transatlânticos. Faz gol e dá assistência. O melhor centro-avante desde Jardel.
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Welliton (Vargas): Entrou para poupar o melhor em campo e para que ele fosse aplaudido. 
Marco Antonio (Elano): Entrou para ser aplaudido. 

Pofexô: Aproveitou muito bem os 13 dias sem jogo. Deixou o time voando.

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Juiz paraguaio: Não falsificou nada.