Caros“É simples, mas poucos aqui sabem, que a imortalidadenão tem nada a ver com idade.Será minha prioridade tentar convencê-lasa pegar a caneta do destino e escrever nas estrelas.”Terra Preta – Imortal
Setembro é mês pródigo em efemérides. Desde a troca de estações até a mudança de humores que isto ocasiona. Em Setembro também temos duas das mais emblemáticas datas da nação. Só que entre o independente 7 e o revolucionário 20, temos a maior de todas as datas: 15 de Setembro, data do surgimento do mais valoroso clube de futebol que já passou pela face da Terra.
Os transeuntes que diariamente passam em frente à entrada dos fundos da Galeria Chaves, na Rua José Montaury, em Porto Alegre, deveriam prestar reverência. Os que entram, seja para utilizar algum serviço ou apenas para atalhar até a Andradas, deveriam tirar os sapatos. Pois ali é solo sagrado. Naquele local, cuja rua antigamente chamava-se 15 de Novembro, 32 homens reuniram-se no mítico Salão Grau para fazer história. E foram não apenas artífices, mas também testemunhas do surgimento do Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense.
Desnecessário lembrar Baixada, Olímpico, Arena. Irrelevante citar Moinhos de Vento, Azenha, Humaitá. Redundante falar do azul, preto e branco. Tudo isto, por mais grandioso que seja, chega a ficar pequeno perto do que esta entidade significa para todos aqueles que dela fizeram parte. Sim, pois o verdadeiro gremismo não é apenas um sentimento de torcida por um clube. É sim a certeza de fazer parte de algo muito maior. Muitos clubes antigos possuem torcedores. Alguns clubes mais jovens possuem fãs. Outros clubes ainda possuem admiradores. Não o tricolor gaúcho. O Grêmio é uma entidade secular sem simpatizantes. Não é possível viver toda uma vida e apenas torcer por este clube.
Existem clubes mais antigos, com mais história? Talvez. Como se mede a idade de um imortal? O que são os séculos quando a vida é medida não por meio de datas, mas por meio de sentimentos? Quantos anos tinha o tricolor quando César atirou-se de forma suicida e meteu a cabeça na bola, estufando as redes do Olímpico e fazendo explodir a massa gremista? Qual era a idade do Grêmio quando Renato fez morrer a bola no fundo do gol em Tóquio, apenas comprovando que a Terra era mesmo azul?
A criança, o adulto, o velho. Os que já foram, os que ainda estão aqui e os que sequer chegaram. Todos aqueles que envergaram, envergam ou envergarão o manto deste clube cuja idade não é medida por dias, anos ou décadas, sabem do que estou falando. Ao vestir a camisa tricolor todo gremista sente que também faz parte desta história. Não tentem explicar isso para quem nasceu há pouco. Só quem é tricolor sabe que a idade do Grêmio não é medida olhando-se o calendário.
Neste domingo temos o aniversário do clube, como deve ser, no campo de jogo. Nossa festa é na batalha, lavrando a grama com as travas da chuteira. Nosso canto de parabéns será substituído por um grito de gol. Recolham as velas do bolo, pois os anos não irão importar. Quando ele pisar na Arena, fará o tempo parar mais uma vez. E todo o mundo verá novamente que o tempo, para o Grêmio, é irrelevante. Pois poucos sabem, como ele, que a imortalidade não tem nada a ver com idade.
Parabéns, Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense!
Saudações Imortais