Caros
Não sei vocês, mas eu particularmente nunca fui muito fã do John Travolta, apesar de ele ter protagonizado boas atuações em alguns filmes, como A Outra Face (com Nicolas Cage também em ótima atuação), Pulp Fiction e Segredos do Poder. Mas definitivamente seus primeiros trabalhos são descartáveis, destacando-se aí o filme que lhe deu grande projeção (Os Embalos de Sábado à Noite), o qual teve uma continuação, chamada aqui no Brasil de Os Embalos de Sábado Continuam. Por incrível que pareça, este segundo filme foi dirigido por Sylvester Stallone, que convenceu Travolta a reencarnar o protagonista Tony Manero. Mas e o que isso tem a ver com o Grêmio? Em tese, nada, pois o único Tony que havia no plantel foi emprestado para o Criciúma.
Já nem precisamos mais elencar o rol de sacanagens que a CBF, FGF e suas “coligadas” têm feito para prejudicar o tricolor. Uma das ações foi retirar várias partidas do clube do horário mais tradicional do futebol (o domingo às 16 horas) e colocá-las preferencialmente em horários esdrúxulos. Pois o sábado à noite tem sido um dos horários preferenciais para os jogos do Grêmio na grade do futebol. Uma das “parceiras coligadas” da CBF (no caso, a rede de televisão que adquiriu os direitos de televisionamento do campeonato brasileiro) é sempre citada como uma das responsáveis por este descalabro. Pra quem sofre ataques contínuos até mesmo do governo (em todas as suas esferas, seja federal, estadual e até mesmo municipal) e de seus órgãos (BM e afins), jogar no sábado à noite acaba virando quase que o menor dos problemas.
Pois o Grêmio, como historicamente costuma fazer, deu um jeito de transformar o limão em uma limonada. Nem o histórico de derrotas em jogos no sábado (uma estatística que não serve para nada, diga-se de passagem) impediu o time atual de fazer com que os finais de semana da nação gremista ficassem mais prazerosos nos últimos tempos. Jogando no sábado à noite, o Grêmio de Renato tem normalmente vencido suas partidas, o que gera uma situação no mínimo interessante. Desconheço como a maior parte da torcida enxerga esta situação, mas eu costumo ver com bons olhos. O jogo no sábado deixa o domingo livre para outras atividades, como um almoço mais demorado com a família ou qualquer outro programa. O time ganhando no sábado deixa mais alegre a maior parte do final de semana. Até o domingo fica mais legal, pois dá pra acordar de bem com a vida após uma vitória no dia anterior, tirar um sarro do vizinho colorado e ainda ficar de boa à tarde, só assistindo os róseos se ferrando (quando o jogo deles acontece no domingo, no caso).
Pra quem tá meio fora do ar, cabe lembrar: hoje, novamente, é Dia de Grêmio. Jogaremos contra um clube menor, cuja maior glória no futebol foi ter sido derrotado impiedosamente em uma final de campeonato brasileiro, em pleno Olímpico Monumental, com um antológico gol de um renegado Aílton aos 40 do segundo tempo. Um dos adversários presente em campo naquele emblemático 15 de dezembro é hoje um dos destaques do tricolor. Quis o destino que Zé Roberto envergasse a camisa de seu algoz de 1996, podendo vir a caber-lhe a tarefa de fornecer uma opção criativa ao esquema com 3 volantes implantado com sucesso no time por Renato. Rhodolfo volta para dar mais segurança para a zaga e Bressan deve ser mantido. Neste caso, como venho falando há tempos e as últimas atuações comprovaram, Gabriel deveria ser a melhor escolha. A dupla de ataque ganha chance de se entrosar mais. E o jogo é na Arena, o estádio que finalmente começou a ser visto pela ivi como um diferencial e detentor de uma média de público superior.
Se alguém aí curte remexer o esqueleto ao som de Staying Alive (clássica música dos Bee Gees, que coincidentemente é o título original do segundo filme com Travolta), fique à vontade. Mas para a nação tricolor, os embalos de sábado continuam, só que de outra maneira. É hoje. É na Arena. É noite de Grêmio.
Saudações Imortais