O lance é descrito na hora, do jeito que foi visto. Reflexões ficam para depois que a adrenalina baixa. Muitas vezes, perde-se um lance importante, o que é logo reclamado pelo leitor mais atento, ou chato.
O post pós jogo é portanto, um post de excessos. Excesso de euforia. Excesso de depressão.
Por causa disto tem dois assuntos que quero falar agora sobre os últimos jogos que não consigo falar no pós jogo por falta de tempo e de calma.
O primeiro é o esquema e suas consequências. O segundo é Zé Roberto.
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Claro que a defesa do Corinthians é a melhor do Brasil e isto não pode ser deixado de lado. Mas a meu ver a causa é simples.
Primeiro que os três volantes do Grêmio sabem jogar. E todos chegam na frente com qualidade. Segundo que no esquema de três zagueiros, Pará e Alex Telles são acionados a toda hora. Eles são muito mais alas do que laterais. Então, bem ou mal, as jogadas pelas pontas se sucedem e com isto as chances acabam aparecendo.
Com Vargas no time, a primeira consequência foi que os laterais ficaram mais contidos. Pouco se viu o Telles na frente. Pará apareceu um pouquinho mais, mas também timidamente. Como Barcos e Kleber jogam mais centralizados, Vargas vindo de trás afunilava o jogo. E com isto, as chances não apareceram.
Para o jogo com o São Paulo provavelmente o esquema de quarta-feira será repetido. Seria muito bom se o Renato tomasse duas providências. A primeira é liberar um lateral por vez para o ataque para abrir mais o jogo. A outra pedir para os atacantes se revezarem abrindo pelos flancos. Se fizer isto, ganharemos.
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Hilária a preocupação dos jornaleiros com a reserva de Zé Roberto. Até enquete fizeram onde se concluiu que a "escalação do Grêmio é Zé Roberto e mais dez". Interessante que ninguém questiona a reserva do Sócoco, por exemplo, que foi contratado a peso de ouro. Nem do rapaz da tiara.
Já encontraram "ruído" na relação do Renato com o Zé Roberto. Logo logo vai começar a onda com a reserva do Elano.
Quem chegasse de Marte agora pensaria que o Grêmio ganhava tudo com estes dois jogadores no time e ficaria sensibilizado com a campanha.
Pois Zé Roberto não joga por uma razão simples. Ele não é articulador. Ele é menos agudo do que os três volantes que estão jogando. Zé Roberto recebe, gira e atrasa a bola. Se precisasse o time de um burocrata e ele seria titular indiscutível. Com ele no lugar de um dos volantes o jogo não flui. Não foi por acaso que o time parou de marcar gol e de vencer com a entrada dele no time. Foi porque parou de criar na frente.
Zé Roberto teria lugar no time sim. Jogaria fácil de ala. Será que aceita? Ou de segundo volante em um 4-4-2. Gostaria?
Fora isto, será muito útil para entrar quando for necessário parar o jogo, travar o adversário.
O resto é onda de quem vive de apagar incêndio em aterro e de jogar gasolina na Arena.