Caros
Como normalmente faço, procurei ligar neste post o jogo deste domingo entre os tricolores gaúcho e paulista com embates que estas equipes já tiveram. Algum jogo memorável que pudesse retratar a grandeza deste confronto. Logicamente que o principal deles foi aquele que decidiu o Campeonato Brasileiro de 1981, garantindo a primeira grande estrela no peito da camisa gremista. O golaço de Baltazar, um verdadeiro pataço no ângulo adversário após uma matada no peito, calou um Morumbi lotado, preparado que estava para a festa de outro tricolor. Ali o Brasil começava a ver algo de que o mundo seria testemunha algum tempo depois: a mística gremista em jogos decisivos. Quis o destino que o poderoso e, por vezes, prepotente São Paulo fosse a primeira vítima da trilha de grandes títulos do Grêmio.
Por outro lado, não quis ater-me a esta espetacular e histórica partida por um grande motivo. Por mais que tenhamos que espelhar-nos no passado para vencer, é a visão de futuro que irá garantir as glórias vindouras. E pensando desta maneira que temos de encarar o jogo em São Paulo. Ambas as equipes não são sequer sombra dos esquadrões de outrora que ganharam a América e o Mundo. O treinador adversário conseguiu, contudo, recuperar seu time no campeonato, o qual vinha habitando a zona de rebaixamento durante certo tempo. Os próprios jogadores não querem ficar marcados por uma campanha vexatória do maior campeão paulista. Por tudo isto, o jogo não tende a ser fácil.
De nosso lado, temos a provável manutenção do esquema 4-3-3, o qual garantiu um empate com o Corinthians pela Copa do Brasil na casa do adversário. Quem viveu os anos 80 e principalmente os 90 pode atestar: naquela época, um empate sem gols, jogando fora, era comemorado como vitória. E a forma como o Grêmio portou-se, apesar de não conseguir anotar gols, foi louvável. Mesmo Vargas, atacante de ofício, exerceu funções de marcação por conta das particularidades do esquema naquela partida, devendo repetir o processo nesta também. Kléber e Barcos, ainda que não estejam marcando muitos gols nos últimos jogos, são jogadores com características muito interessantes para compor um sistema como este. No meio, o provável trio de volantes que tem feito o Grêmio jogar por meio do binômio marcação + velocidade: Souza, Ramiro e Riveros. Zé Roberto e Elano compõem um banco de luxo em virtude disto. E a defesa acabará sendo formada pelos laterais (não mais com função de alas) Alex Telles e Pará. Somados a eles uma dupla de zagueiros jovens, Saimon e Bressan. Aqui reside a grande dúvida sobre como a equipe poderá comportar-se. E Dida permanece na meta tricolor.
Uma vitória seria algo fantástico, mesmo que por um escore mínimo. Um a zero pode ser considerado uma goleada. E o São Paulo poderia ser a primeira vítima na caminhada rumo à ponta do Campeonato Brasileiro deste ano. Assim como foi em 1981. Mesmo que não esteja lotado como naquela decisão, seria muito bom calarmos o Morumbi mais uma vez. E mostrar que podemos ter reais condições de trilhar um novo caminho de grandes títulos. Não mais olhado para o passado. Mas sim trabalhando no presente e mirando o futuro.
Saudações Imortais