Daniel Matador: Os Imperdoáveis

"Já matei mulheres e crianças. Já matei quase tudo que anda ou rasteja. E estou aqui para matar você, Little Bill." (William Munny, mítico personagem de Clint Eastwood no clássico filme Os Imperdoáveis)

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Há um duelo ao entardecer deste domingo de agosto. Um embate entre uma equipe desacreditada e outra incensada pela imprensa isenta. Uma disputa entre um treinador que todos julgam ultrapassado e outro que, pretensamente, é um top de linha atualmente. Uma medição de forças entre um moribundo mandatário e um gestor competentíssimo, aos olhos de alguns.

Em 1992 o consagrado ator e diretor Clint Eastwood dirigiu aquele que é considerado até hoje como o último grande clássico do faroeste. Os Imperdoáveis conta a história de William Munny, um pistoleiro aposentado do Missouri que havia abandonado sua antiga rotina violenta e criava os dois filhos pequenos em um humilde rancho após a morte de sua mulher. A chegada de outro pistoleiro procurando parceiros para uma missão de assassinato por encomenda, aliada às dificuldades financeiras, faz com que ele decida, relutantemente, convocar seu antigo parceiro Ned e juntos partirem em busca da recompensa. A cena final, na qual Munny adentra o saloon, é um marco. Todos os pistoleiros que estavam festejando subitamente calam-se ao perceber que ele está na porta, demonstrando o temor que sentiam por estarem na presença de um mito. Os demais diálogos e cenas são imperdíveis. Apenas um conselho: assistam.

Pois assim como Munny, Felipão saiu de um quase forçado exílio ao qual estaria fadado para topar uma talvez derradeira missão. Tudo por conta de um pedido pessoal do Presidente Fábio Koff, matreiro que só ele. Nenhum outro teria conseguido convencer o velho gringo. Pois quis o destino que ele viesse a estrear no comando do tricolor justamente na casa do maior rival, sob a sombra de negativos resultados recentes e com toda a imprensa mundial com os olhos cravados nele, ávida por saber se a antiga lenda ainda vive.

Mas uma coisa certamente ocorrerá no prólogo deste duelo dominical. Diferentemente de qualquer outro que ali estivesse, quando os adversários virem Felipão na casamata, o terror novamente será incutido nos corações rubros. Pois eles sabem que ali está uma lenda. Alguém que já matou tudo que anda ou rasteja no mundo do futebol. Que já conquistou tudo e mais um pouco. Assim como a verdadeira torcida gremista o idolatra, também os adversários sabem que por toda a crueldade que já impingiu-lhes no passado, ele é imperdoável.

Saudações Imortais