* O texto abaixo foi enviado pelo leitor Jonas Bernardes Silveira
Não basta defender, tem que saber atacar. |
O Grêmio marcou, marcou e no final marcou passo, como de costume. De nada adianta ser um time que marca, que tem seis marcadores, se não consegue passar do meio de campo sem que o adversário ofereça o contra-ataque.
Temos laterais ofensivos como Breno, Matías, Marquinhos e Tinga; mas a eterna opção é pelos marcadores como Saimon e Pará. Este último é o símbolo desse Grêmio derrotado que passa noventa minutos criando uma chance clara de gol apenas.
O Inter tem dois laterais ofensivos, trocou e colocou outro; tem um volante que entra na área do adversário e faz gol; tem um jogador do meio pra frente que tem a liberdade pra ir pra onde quiser e fazer o que quiser. São craques de bola? Claro que não! Mas eles estão tentando atacar, pelo menos.
De nada adianta falar em nomes no Grêmio, não interessa quem está ali. O centroavante estará marcado por um zagueiro, o meia pela ponta estará marcado por um lateral e o volante ou meia com a bola não terá pra quem passá-la. Do outro lado do campo, o Grêmio terá dois jogadores parados, esperando uma bola que nunca virá, para “abrir a defesa”, que segue fechada. Atacamos sempre da mesma forma, sempre buscando uma jogada pelos flancos, tentando cruzar pra um ou dois jogadores nossos contra três marcadores. Basicamente nos espalhamos pelo campo e limitamos a jogada a um setor apenas, facilitando a marcação de duas formas diferentes.
Escalamos seis marcadores e quatro jogadores ofensivos; desses quatro, um é um centroavante. De nada adianta o partidaço que jogaram Fellipe Bastos e Walace. Eles não vão decidir o jogo na intermediária. Por sinal, novidade nenhuma que nossa base tenha um baita volante disponível. Nossa base é excelente, Walace manteve a cabeça fria o tempo todo e mostra que não é por que um jogador é jovem que ele será necessariamente um descompensado mental como alguns dos atletas do coirmão.
Uma coisa sabemos: o Grêmio pegou muito mais que nas partidas anteriores. Não é por que clamo por uma equipe com jogadores mais decisivos que estou dizendo que devemos deixar o adversário fazer o que deseja. Impor-se fisicamente deveria ser natural para o Imortal Tricolor, mas de nada adianta só jogar futebol até nossa intermediária.
Seguimos cometendo os mesmos erros de direções e comissões técnicas anteriores. É natural a derrota quando se insiste nas mesmas peças. Cruzamento pra cima do Werley é gol - dezenas de partidas no passado servem de precedente. Pará e a linha de fundo adversária se encontram uma vez por semestre, no máximo. Os laterais direitos colorados marcaram mais gols nesse mês que Pará em toda sua longa carreira.
É mais fácil ensinar um jogador ofensivo a marcar do que esperar que um marcador aprenda a jogar futebol e comece a decidir partidas. Precisamos desesperadamente de mais força ofensiva, e isso não deveria ser novidade pra ninguém.
Vai lá Felipão, agora é tudo contigo.