13 de maio de 2010

O gosto da imortalidade

O placar sinaliza: "Magic", o gremista, Borges.


Foi uma noite histórica, como previsto, e sobre este Grêmio 4 x 3 Santos, nunca se conseguirá dizer tudo. O primeiro tempo deve ter sido o mais bizarro da história recente do time. Começou com a adoção de um 3-5-2 tão surpreendente quanto desastrado. Foi montado para proteger Rodrigo do cartão, mas o cartão saiu para ele. Era para ter feito gols, mas parecia que o "espírito de Victor" mudara de lado. Douglas tem contrato com o Grêmio, mas jogava para o Santos.

Poucos antes de ir para o estádio, havia comentado pelo MSN com o Seu Algoz: não aprovara o post das danças. O Santos tem um time respeitável. Desdenhar nunca trás benefício.

No intervalo a desolação era total. Mas ainda era preciso pagar para ver. Em mim, um misto de enorme frustração e teimosa esperança, mistura que resulta num sentimento de sabor indefinível. Mecanicamente, saquei o celular e tirei do ar o post ufanista.

Durante o intervalo, movido por razões que desconheço, deixei a arquibancada próxima ao Portão 5, onde sempre assisto aos jogos, e rumei como um autômato para trás da goleira da Carlos Barbosa. Senti uma necessidade vital de fazer isso. Foi naquela goleira que fizemos os 4 gols. Naquela área do estádio vivi uma das jornadas mais eletrizantes da minha vida como torcedor. Junto com quase 40 mil pessoas, bebi no cálice da imortalidade. Hoje eu soube: o seu sabor é aquele gosto extravagante degustado no intervalo, feito de frustração e esperança.

Após o primeiro gol de Borges, instalou-se a certeza da vitória. O estádio pulsou como poucas vezes se viu pulsar. A cada gol, maior a emoção. No final, a alegria de uma virada histórica e a certeza de que o Santos de 2010 ainda não está pronto para o vestibular. Para pegar o Grêmio de 1995, vai ter que esperar um pouco.
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Com o apito do árbitro, o post das danças retornou ao blog. Não havia mais mal que ele pudesse nos causar.

Hoje não tem análise individual. O conjunto foi vibrante e superou-se. Apenas o registro dos melhores: "Magic" Borges, Adilson e Mário Fernandes. E o lamento pela atuação desconectada do mundo de Douglas. Principalmente no primeiro tempo.
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Agora, tudo se decide na casa deles, mas os meninos tem sido anfitriões comedidos quando recebem a visita de adultos. Podemos chegar.
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Afora o primeiro lance, quando titubeou na jogada e rebateu a bola de modo estranho, Victor se saiu bem. A tristeza pela Copa perdida esteve sob controle.
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Vejam os melhores lances