29 de julho de 2013

Primata é o mundo que habito

Eu vou dizer só uma coisa: cansei! É cansei, cansei e cansei...
Não agüento mais essas histórias de brigas em estádio de futebol. E é sempre de homem com homem. Alguém aí já viu alguma imagem de torcedora mulher se digladiando entre si e com a Brigada Militar? Que mania irritante que certos indivíduos, civis ou militares, têm de querer mostrar macheza através  da violência. Dentro de um estádio, todo  mundo vira homem com H maiúsculo. Em que mundo estamos? Um lugar onde as pessoas deveriam se divertir, confraternizar e entreter, levar os filhos, a mãe e a sogra,  acaba virando palco de guerra por qualquer motivo. Uma guerra estúpida, burra e sem propósito.

Será que é muito difícil para certas pessoas segurar os seus próprios demônios e tentar viver civilizadamente entre seus iguais? É assustador ver aflorar a barbárie num tempo em que isso já deveria ter sido exorcizado há séculos. Pior que ser assustador, é de uma burrice e ignorância que não tem tamanho. É com muita tristeza que percebo que o ser humano está na pré-história e não evoluiu quase nada em relação ao comportamento dos primatas.

Vamos desarmar o espírito. Precisamos de paz no futebol.


Um dia é alguém da torcida que passa dos limites. No outro é a Brigada Militar que se veste de paladino da moralidade e pratica abuso de autoridade distribuindo bordoadas sem pagar imposto. Comporta-se como se fosse carrasco da maldita Santa Inquisição. O seu papel primordial é proteger o cidadão e não colocar em risco a sua integridade física.
O Estado brasileiro esquece que é ele que está à nosso serviço e não o contrário. É um absurdo ver a maneira arrogante, opressiva e discriminatória como age a nossa polícia em algumas situações. Como cidadã, cumpridora de meus deveres e pagadora de TODOS os impostos, me insurjo contra isso e repudio o tratamento dispensado ao torcedor gremista Juliano Franczak (Gaúcho). No episódio do jogo de domingo, pelas imagens que vi, em nenhum momento ele fez uso de violência contra  a  BM. Por isso, não havia motivos para que fosse agredido covardemente pelas costas da maneira que foi.


Mas isso também não isenta a torcida. Quero lembrar que também já houve momentos (outros jogos),  de agressão e provocações aos policiais. Podem não gostar, fazer beicinho e chororô, mas vou dizer com muita clareza e certeza: não existem anjinhos nesses entreveros. Todos têm sua parcela de culpa e responsabilidade. Tanto torcida quanto Brigada Militar. Minha avó sempre dizia que "quando um não quer, dois não brigam". 
Acho que seria de muito bom tom todos criarem juízo e pararem com essas pataquadas ridículas que só tumultuam o ambiente e não trazem nada de produtivo para o futebol.
Por conta de tudo isso, hoje é um dia muito triste para mim. Muito triste...

Gostaria de convidar o torcedor a reservar cinco minutos do seu dia para pensar profundamente sobre as vantagens e desvantagens do uso da violência. Será que manter um comportamento beligerante resolve os problemas de nossas vidas e nos faz mais felizes?
Essa é a questão que cada um de nós terá de resolver dentro  de si.
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Estatuto

Parece que o Grêmio não corre nenhum risco de ter perda de mando de campo. Segundo manda o parágrafo terceiro do artigo 213 do estatuto:  

§ 3º A comprovação da identificação e detenção dos autores da desordem, invasão ou lançamento de objetos, com apresentação à autoridade policial competente e registro de boletim de ocorrência contemporâneo ao evento, exime a entidade de responsabilidade, sendo também admissíveis outros meios de prova suficientes para demonstrar a inexistência de responsabilidade.

Sendo assim, não há como o Grêmio pagar essa conta, já que o  responsável  foi imediatamente identificado e assinou termo circunstanciado conforme boletim de ocorrência número  222651 do Jecrim.