28 de abril de 2016

Todos têm um limite

Eu não sou pessoa de me abater facilmente. Dificilmente sinto-me derrotada. Por natureza, sempre observo  o mundo e seus problemas confiante em soluções. Não gosto de pensamentos de derrotismo.Não me sinto confortável dentro deles. E sempre, sempre acabo por ter esperanças.
Mas hoje estou com uma sensação estranha. Sensação de cansaço. De que não sairemos do lugar.
Minha mente está exaurida. Essa ciclotimia do time do Grêmio me deixa tonta. Não tem lógica. Nem sei mais se vale a pena sonhar com algo que talvez nunca venha.
Hoje, o  leitor Grêmio Sempre deixou um comentário que peço licença para dividir com todos. Penso que resume o sentimento da torcida gremista no dia de hoje depois de uma das piores partidas do time.

 Grêmio Sempre
 Hoje estou tendo um dia péssimo. Quase não dormi na noite passada, fanático que sou, não consegui conciliar o sono.

Refletindo com calma, eu que me tornei gremista no início dos anos 80, vi todos os títulos, vi os rebaixamentos, vi fases boas, ruins. Vivi o Grêmio, minha paixão. Vivi com intensidade, vibrei, torci, viajei para ver jogo, briguei pelo Grêmio, e sempre o defendi com todas minhas forças, mesmo quando não havia argumento.

Mas todos tem um limite. E eu atingi o meu. Tenho família, filhos que dependem de mim, trabalho, e não posso mais ter dias como o que estou tendo hoje. Me concedo este direito.

A gota d'água que transborda o balde. Cada um tem a sua, e a minha gota caiu e finalmente transbordou o balde. Deu. Não há mais espaço para o Grêmio na minha vida. Não consigo, perdi as forças.

Não consigo ser um gremista meia-boca, do tipo que perde e vai dormir, que não dá bola, que releva... não. Eu sou um gremista em toda sua plenitude, em toda sua intensidade, não há meio-termo.

Se algum dia o Grêmio voltar a ser Grêmio, posso voltar a acompanhar, embora sabendo que jamais será a mesma coisa. Algo se rompeu, ao longo de todo o tempo, como uma namorada que te traiu, e vocês voltaram, mas nunca mais foi a mesma coisa.

Peço desculpas por ter sido chato, insistente, e até grosseiro em algumas ocasiões. Peço desculpas ao Seu Algoz, pelas vezes em que possa o ter ofendido. E desejo força a todos vocês, que continuaram firmes (ou nem tanto) acreditando. Tenho muito orgulho de vocês, só a própria razão de ser quem somos parece não ter orgulho de nós.

E a vida segue.