Marcante. Sublime. De lavar a alma. Para quem ainda não assistiu, é recomendado que assista sem falta a um dos filmes mais tocantes já feitos sobre esporte. Campo dos Sonhos, protagonizado por Kevin Costner quando estava em seu auge, retrata uma história singular. Ele é um fazendeiro que começa a ouvir vozes quando está em sua plantação de milho. “Construa, e eles virão”, diziam as vozes. Depois de muito escutá-las, decide derrubar parte de seu milharal para construir um campo de beisebol. A família acha que ele está louco, visto que estão passando por dificuldades financeiras e a perda de parte da plantação irá comprometer o já apertado orçamento. Ainda assim, a empreitada segue em frente. Ao concluir o campo, começam a aparecer fantasmas dos jogadores já falecidos do Chicago Black Sox para jogar nele. Jogadores que eram heróis da infância do protagonista. No decorrer do filme, os problemas do fazendeiro também começam a ser solucionados. Quem quiser saber o resto, dê um jeito de assistir. E logo.
Há alguns anos atrás alguns dirigentes do Grêmio tiveram a ousada ideia de pôr abaixo um estádio histórico e construir uma arena com os mais modernos conceitos aplicados ao mundo do futebol profissional. Serei sincero: eu mesmo, na época, não levava muita fé de que o projeto poderia sair do papel. Nem tanto por dificuldades de cunho financeiro, mas sim por questões ideológicas e também por conta das disputas internas do clube. Ainda assim, o sonho foi saindo da imaginação e sendo construído de forma concreta. Como no filme, muitos imaginavam ser uma heresia derrubar o estádio que foi palco de memoráveis eventos da vida do Imortal para embarcar em uma aventura que nenhum outro clube brasileiro havia tentado ainda (com exceção, e respeitadas as devidas proporções, da Arena da Baixada, no Paraná).
Hoje a realidade mostra que o campo dos sonhos tricolores é um portento que ergue-se de forma majestosa, saudando todos aqueles que adentram na capital gaúcha. Seja por céu, terra ou água, não há quem não fique embasbacado com a magnitude da obra.
Alguém, em sã consciência, imaginava que um dia veria times compostos por Zidane, Hierro, Ronaldo, Salgado, Romário, Vieri e tantos outros jogando em Porto Alegre? Somente a existência de um estádio do quilate da arena gremista para permitir que tal evento ocorresse.
Contudo, não apenas a vinda de jogadores deste porte foi o propulsor da construção deste estádio. Sua idealização será um dos mais importantes pontos para a retomada das conquistas que sempre marcaram a história do Imortal Tricolor. Foi pensando nos títulos que vários gremistas uniram-se em torno da construção deste campo dos sonhos. Vozes foram ouvidas, falando à alma daqueles que trabalharam em prol desta nova arena, dizendo em alto e bom som qual deveria ser o primeiro passo para que os títulos novamente viessem: “CONSTRUA, E ELES VIRÃO”.
Saudações Imortais
