20 de março de 2014

Cheiro de taça no ar


Melhor que o resultado do jogo de ontem, foi observar a reação dos mazembados. Agora tenho certeza de que estamos apavorando. O morango Potter ficou tão nervoso com o desempenho do tricolor, que chegou a escrever em seu blog que o Grêmio só deixará de ganhar o caneco se perder para si mesmo. Já está se vacinando para não ser corneteado mais tarde. E o Kenny Braga estava desacorçoado e um mau-humor de espantar jacaré no programa Sala de Redação.
Isso não é fantástico?


O técnico Enderson Moreira desafiou a lógica (lógica dos técnicos brasileiros) e escalou Dudu no lugar de Zé Roberto. Foi ousado, contrariando minha expectativa a seu respeito. Mostrou que é muito bom treinador. Colocou um jogador de velocidade, que supostamente não é afeito à marcação forte. Mas Dudu nos surpreendeu. Fez o seu papel com muita responsabilidade, obedecendo as orientações táticas que deve ter recebido no vestiário.
O que mais me impressionou em Dudu ontem, foi o seu aguerrimento e disposição de vencer aquele jogo. Ele parecia um soldado gremista  moldado à ferro e fogo nas categorias de base. É difícil ver um jogador tão jovem, chegado há pouco do exterior, quase sem nenhum conhecimento de Grêmio, se adaptar tão fortemente ao espírito do clube. Mostrou disposição de deixar seu nome para ser lembrado. Não lembro de ver Vargas tão empenhado em campo.
Espero que continue assim.

De  Marcelo Grohe, nem preciso falar nada. Ainda bem que a direção o resgatou da injustiça que estava submetido sob o comando do fracassado Pofexô. Temos goleiro, e de muito boa estirpe.
Rhodolfo é um gigante. Ainda bem que Souza prefere ficar no São Paulo ao fim do empréstimo. Nunca o achei grande coisa.  Rhodolfo cai bem melhor no nosso time do que ele. Era o comando que faltava na defesa e que há anos não conseguíamos achar.
Riveros, nem se fala. É um belíssimo jogador. Discreto, eficiente, raçudo e sério.
Ramiro é um motor humano. Complementa muito bem o trabalho de Riveros. Os dois falam a mesma linguagem. O menino Wendell é um espetáculo. Dá gosto vê-lo jogar. Vamos aproveitá-lo o máximo que pudermos enquanto estiver aqui. E, por fim, o Luan foi a maior descoberta dos últimos tempos. Jamais imaginei que tínhamos essa preciosidade esperando para entrar no time. Ninguém da torcida imaginava. Foi um bilhete premiado.


Então, temos todos os ingredientes para dar certo e conquistar títulos. Mas vamos com calma. Uma coisa de cada vez e sem deslumbramento. Que os jogadores  mantenham os pés no chão e continuem trabalhando com seriedade e responsabilidade. Quando a torcida sente que o time está querendo e desempenhando bem, ela apóia sem restrições. Estou sentindo uma grande sintonia da torcida com o time. Isso é um ótimo prenúncio. Quando as coisas começam a se encaixar e acontecer de um jeito que pareça boa sorte, é porque aí tem um algo a mais. Sinto cheiro de taça no ar.