Fui a Porto Alegre na quarta-feira. Fui ao jogo. Sofri com a desclassificação. Por conta dela e da falta de apetrechos fiquei mudo até hoje.
Tempo suficiente para ruminar a dor. Dor, aliás, que foi nada perto da morte do Fabiano. Foi uma má semana, portanto. Muito má. Terrível.
Mas nada que está mal pode não ficar pior. Esqueçam este ditado mentiroso. Tudo que é ruim, por pior que seja, pode piorar.
Vamos por partes.
O time
Não estou no grupo dos que fazem terra arrasada. Sou oficialista, sim. Ouvi muito desaforo por ser irmão de um vice-presidente. Embora alguns acreditem que sim, não sei 20 % do que acontece lá pela discrição do Arigatô e, portanto, não tenho nenhuma culpa de nada, se é que culpados existem.
Um time muito ruim não acaba em primeiro no grupo da morte. Grupo que foi chamado por um oportunista ordinário de grupo dos mortos. Mas dos dois mortos, um eliminou o campeão da Libertadores de 2013 e o outro perdeu nos pênaltis para o campeão argentino.
O Grêmio tem carências sim. Duas carências eu diria e uma encrenca criada pelo técnico, imprensa i$enta e parte da torcida.
As carências todos sabem: um lateral direito que Pará, no máximo, mas muito no máximo é um reserva útil e um centro-avante matador. Barcos tem, além de tudo, azar. Só o azar explica aquela bola tirada do risco do gol.
A encrenca é o tal de Zé Roberto. Parte da torcida, talvez insuflada por todos os i$ento$, adora este ex-jogador. Um belo profissional, mas um inútil no time. Desde o ano passado quando estava fora era pedido por muitos torcedores. E por todos da imprensa. Zé Roberto, além de tudo, não é meia-armador. Poderia ser um segundo volante. Como meia ele mata o time do Grêmio. A julgar por ontem e pelo que fiquei sabendo, este problema já está resolvido. Uma pessoa de grande influência no clube teria dito para Enderson: "eu te avisei que assim como aconteceu com o Luxemburgo e o Renato tu irias morrer abraçado com o Zé Roberto". Ontem ele já nem entrou durante o jogo. Que vá curtir sua aposentadoria merecida.
Se o Grêmio, diante das possibilidades financeiras trouxer um matador e um lateral que não tenha como únicas jogadas atrasar para o zagueiro e cruzar nas canelas dos outros, já cresce na parada.
Claro que tem de tirar o Werley. Mas isto vai acontecer logo logo. Eu aposto.
Não vejo razão para terra arrasada, portanto.
O jogo com o Santos ontem mostrou isto. Temos um histórico de derrotas e apenas uma vitória na Vila Belmiro. Pois apesar das ondas todas pré-jogo, se fosse para alguém vencer, este alguém teria sido o Grêmio. Não venceu por conta da enorme dificuldade que tem para fazer gol.
Os i$ento$
Poucas vezes senti mais engulho do que ao tentar ouvir o pré-jogo ontem na Rádio Gaúcha. O deboche e a desmoralização dos jogadores, do treinador e dos dirigentes do Grêmio foi desumano.
As hienas saíram todas para o sol. Provavelmente era o dia anual de fazer sexo e o estoque de merda para comerem era grande.
Divertiram-se à vontade.
Conseguiram chamar de ruim o time todo. Demitiram toda a comissão técnica.
Estavam tão soltos que aquele asno do Wianney não se controlou e ofendeu todos os baianos chamando-os de vagabundos.
Ao final do jogo queria ouvir a entrevista do Enderson e do Rui mas não consegui ficar ligado. Na análise do jogo ninguém jogou nada. Todos são perebas e conseguiram empatar com um time ridiculamente ruim como o Santos. Aliás, é só um time jogar contra o Grêmio que fica ruim.
Por outro lado, o Cuiabá surpreendeu pela classe e pela competitividade. Se o empate na vila foi um fiasco, naquela arena elefante branco da copa foi um feito histórico.
Os políticos
Domingo, antes do jogo contra o Atlético MG, um ex-dirigente, o mesmo que nos deu de herança o Kleber, o Fabio Aurélio, o Pará e o Werley resolveu tuitar criticando o uso de reservas pelo Grêmio e o lançamento das camisas em "um jogo dos reservas". Se deu mal.
Depois se soube que estava pronta a deflagração de uma campanha de oposição após o jogo com a provável derrota. Esta não veio e se recolheram.
Quarta-feira antes da decisão com o San Lorenzo, ouve uma reunião deste grupo político, nos arredores da Arena para deflagrar a ofensiva. Que veio forte e insana, após a derrota. É só olhar os twitters. Twitter, aliás, em que muitos deles se escondem atrás de fakes. Não tem coragem de mostrar a cara.
De tudo isto se depreende que esta gente está torcendo para o Grêmio perder para conseguir chegar ao poder. E para que querem o poder?
Certamente que não é para ganharem títulos. Porque, todos os cabeças do movimento já tentaram alguma coisa. E fracassaram rotundamente. É só olhar para o passado. Se não quiserem ou não tiverem tempo, o Kleber, o Fábio Aurélio, o Pará e o Werley servem de amostra.