Há cerca de dois anos , no dia 4 de janeiro de 2013, com um comentário despretensioso aqui no
Blog Imortal Tricolor, sugeri que fosse dada uma chance para que um jovem também pudesse opinar nesse espaço e, sem querer, dei início a uma valiosa experiência escrevendo neste espaço. Hoje, em um momento completamente diferente e com um jeito novo de ver o futebol, é com essa mesma despretensão que volto a manifestar-me por aqui.
2015 começou diferente de todos os anos anteriores. Novos projetos, nova administração, novos objetivos e, principalmente um pedido que era feito desde sempre sendo, enfim, atendido: que se aproveitasse os garotos da base em um time que mesclasse juventude e experiência.
Com a volta de
Felipão, os jovens sendo integrados ao time principal, e finalmente com humildade para disputar todos os campeonatos com a mesma motivação, tudo se encaminhava para dar certo desde o início. Mas não deu, e rapidamente a paciência da torcida se esvaiu. Perdemos para o Aimoré, para o Brasil de Pelotas e, como num piscar de olhos, uma plateia de milhares de
gremistas viu a Epopeia¹ se reescrever em um Drama². Se no primeiro capítulo parecia que caminhávamos para voltar ao caminho das conquistas, logo a necessidade de reforçar a equipe surgiu e tão logo quanto, surgiram os reforços. Chegaram atletas experientes, o time foi reorganizado e aos poucos as vitórias começaram a surgir e a desilusão mais uma vez deu lugar ao vislumbre do êxtase.
Todo bom filme, assim como toda boa peça, exige um momento em que as dificuldades parecem insuperáveis. Um momento em que a mais simples barreira pareça uma muralha intransponível, do contrário as conquistas não teriam valor algum. E foi assim que o ano começou: com um céu escuro que fez com que muitos torcedores desacreditassem de vez no time e o abandonassem quando ele mais precisava... ainda assim fomos capazes de superar as adversidades, e como muitos gostam de dizer “contra tudo e contra todos” chegamos à final. Talvez a velha citação de Batman Begins seja mesmo verdade: “É sempre mais escuro antes de amanhecer”. Quem sabe não seja esse finalmente o amanhecer no Humaitá??
Assim como toda trama de sucesso exige o momento de tensão, o conflito central, também há sempre o clímax e o desfecho final. É fato que o
Gre-
nal 405 de domingo passado foi o grande clímax da história: um jogo que já carrega sozinho toda mística de um grande clássico que é, teve ainda toda sua atmosfera carregada com a hospitalização do
Dr. Koff, a vontade do
Grêmio e toda sua torcida de voltar a vencer o campeonato estadual e ainda ser a primeira final disputada por Felipão em sua volta. O clima foi de batalha do início ao fim do jogo e nos mostramos capazes de conter um adversário que jogou mais de metade do jogo com dois a mais. Não mostramos o melhor de nosso futebol, não conseguimos vencer e ainda complicamos muito a caminhada rumo ao título ao deixar a decisão para a casa do adversário. No entanto, é inegável que a vitória no
Beira Rio poderá ser o êxtase do qual nossa torcida está tão carente – e quem sabe mais um capítulo da Epopeia de Felipão em frente a casamata
tricolor.
PS: Também dois anos atrás, no dia 6 de Janeiro de 2013 meu primeiro texto vinha ao ar aqui no blog (
http://blogremio.blogspot.com.br/2013/01/ah-moleque-o-grito-do-guaiba.html). E desse texto relembro uma citação do
Seu Algoz: “Como todo guri, ele tem que praticar bastante ainda redação, senão não vai passar no ENEM. Como todo pouca prática na redação, ele troca todos os pontos por vírgulas.” Queria dois anos depois deixar registrado que tirei 940 na redação do ENEM... e também agradecer ao Algoz, ao
Daniel, a
Pitica e a todos que de alguma maneira me criticaram construtivamente para que eu pudesse evoluir e escrever melhor....
Um abraço e até a próxima semana!