Vivemos dias de balanços. Empresas e, também, os clubes de futebol estão divulgando os seus números relativos ao ano de 2014. O assunto se presta às mais apaixonadas manifestações de clubismo, por barulho ou por silêncio. Quando os números ruins são do Grêmio, a banca aciona os berrantes e registra. Quando são do outro lado, a banca apaga e recebe. Quando dar manchete é imperioso pela natureza do veículo, não há como esconder a diretriz que pauta certas redações. Por exemplo, vejam o tratamento dado pelo Clic RBS para 3 eventos.
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Evento 1 - Balanço do Grêmio: déficit de R$ 31,6 milhões
Como se pode observar, o destaque é dado para o valor negativo.
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Evento 2 - Balanço do deles: déficit divulgado de R$ 49 mi e real de R$ 65 mi
Destaque para a aprovação. Na manchete, nenhum pio sobre o valor. Qualquer um deles (R$ 49 mi ou R$ 65 mi) muito superior ao nosso resultado. Aliás, há coisa importante ainda não dita sobre o conteúdo do relatório deste balanço. Se não for abordado na nossa querida imprensa, publicaremos aqui um número que surpreenderá a todos os admiradores do melhor negociador Phipha do mundo.
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Evento 3 - Balanço da Arena Porto Alegrense S.A.: déficit de R$ 101 milhões
Adivinhem o destaque? Se é negativo, destaque para o valor. Mas aqui há mais do que destaque, há imparSCIalidade em estado nojento. A Arena Porto Alegrense S.A. é uma empresa. O balanço é dela, não é da "Arena do Grêmio". Mas, é claro, havendo chance de vincular o nome Grêmio e do do melhor estádio particular do Brasil a algo negativo, esta não pode ser desperdiçada. E, assim, segue o jornalismo esportivo gaúcho, rumo à cova que cavou com a sua falsa isenção.