Certa vez, um escorpião aproximou-se de um sapo que estava na beira de um rio. O escorpião vinha fazer um pedido: "Sapo, você poderia me carregar até a outra margem deste rio tão largo?"
O sapo respondeu: "Só se eu fosse tolo! Você vai me picar, eu vou ficar paralisado e vou afundar."
Disse o escorpião: "Isso é ridículo! Se eu o picasse, ambos afundaríamos."
Confiando na lógica do escorpião, o sapo concordou e levou o escorpião nas costas, enquanto nadava para atravessar o rio. No meio do rio, o escorpião cravou seu ferrão no sapo.
Atingido pelo veneno, e já começando a afundar, o sapo voltou-se para o escorpião e perguntou: "Por quê? Por quê?"
E o escorpião respondeu: "Por que sou um escorpião. Essa é a minha natureza."
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Caros
Tivemos no domingo passado uma reedição de uma prática que vem de décadas. Um clube de futebol com menos história e empreendedorismo é recebido na casa do Grêmio Foot-Ball Portoalegrense para que veja com seus próprios olhos como um verdadeiro clube deve ser. Infelizmente, protagonismo e pioneirismo são duas qualidades que dificilmente são ensinadas, costumam ser inerentes às pessoas e entidades. Da mesma forma como recebemos há mais de um século atrás um grupo de incautos disposto a tomar uma sumanta de 10 gols no lombo apenas para ter o prazer de jogar em um estádio de verdade (no caso, a lendária Baixada), novamente bocas foram abertas por parte dos róseos ao depararem-se com a mais moderna arena das Américas.
O resultado do jogo em si poderia ter sido diferente, caso não tivéssemos apitadores pró-adversário e mesmo um tempo maior de preparação em um esquema novo (no caso, o 3-5-2 utilizado por Renato). Ainda assim, algumas peças afirmam-se cada vez mais, como Alex Telles (cresce a cada jogo), Maxi Rodriguez (tem ingressado sempre bem) e Ramiro (vem pedindo passagem cada vez que entra em campo). Rodholfo não comprometeu na estreia, além de ter garantido segurança nas bolas aéreas (ganhou praticamente todos os lances que disputou). Mais algumas partidas e provavelmente já teremos um esboço do que o Grêmio irá almejar neste campeonato.
A celeuma da semana ocorreu justamente por conta da presença (ou não) de torcedores adversários na Arena, o que acabou ocorrendo. Particularmente falando, se é para ter 1500 torcedores adversários, que se jogue com torcida única. Independentemente deste meu particular ponto de vista, mesmo com o ínfimo e reduzido número de simpatizantes róseos na Arena, a natureza de parte de seus integrantes veio à tona. Elementos conseguiram a proeza de defecar nas novíssimas cadeiras da Arena. Houve lançamento de excrementos nas paredes dos banheiros, bem como pichações (inclusive nos banheiros femininos). Além de quebra de cadeiras, algo que parte da imprensa já trata como "algo normal". Tudo foi devidamente divulgado nas redes sociais, até mesmo com fotos. E, como sempre, tudo devidamente silenciado pela mídia da província, ou tratado apenas como “casos isolados” ou “obra de um ou outro integrante”. Nenhuma surpresa até aqui.
Ao ver este tipo de situação, a primeira coisa que me veio à mente foi, logicamente, cobrar ao máximo as despesas por parte dos responsáveis, sejam eles os torcedores ou o clube que representavam. Em seguida, mantive forte uma convicção que, motivos outros à parte, infelizmente creio ser a melhor: torcida única na Arena em caso de Gre-nada. Esperneiem à vontade, mas não há condições de receber determinados grupos lá. Justos pagando por pecadores? Infelizmente sim. Por último, um pedido a toda a torcida gremista. Que expedientes semelhantes jamais ocorram no estádio do cocô-irmão (nunca esta palavra foi tão bem empregada). Até mesmo porque o estádio do Caxias ou do Nóia não tem culpa por abrigar um sem-teto cuja torcida, em parte, não tem sequer a condição de viver civilizadamente. E mesmo que assim não fora, sinceramente gostaria que a torcida gremista mostrasse a altivez pela qual sempre foi caracterizada. Nosso nível é outro.
Tal qual o escorpião da parábola, certos animais não resistem e deixam sempre aflorar sua verdadeira natureza, não preocupando-se com a consequência de seus atos. Para eles, não interessa manchar toda a torcida da qual fazem parte, o clube pelo qual torcem ou mesmo o espetáculo em si. Tal qual o escorpião, são animais rasteiros. E só conseguem defender-se com o rabo.
Saudações Imortais