Pois bem, parece que Renato Portaluppi encontrou o caminho das pedras. Optou por três zagueiros e conseguiu deixar a defesa muito forte e consistente. Depois da entrada do ótimo Rhodolfo, nossa defesa mostra uma estatura que ainda não tinha conseguido. Segurança, essa é a palavra certa para definir a contribuição do novo zagueiro do Grêmio. Todos cresceram com sua presença firme. Gosto muito da sua postura. Talvez aí esteja nascendo um líder.
Já são quatro vitórias consecutivas no Brasileiro, onde o Tricolor marcou dez gols (média de 2,5 por partida) e sofreu três (média de 0,75 por partida).
Essa história de esquema é muito relativo. Sabemos que o papel aceita tudo.Tem gente que acha que definição de números é uma coisa definitiva e se apega a isso com muita rigidez. O que importa é a tarefa que o jogador desempenha em campo.
Senão vejamos:
- O chamado esquema 3-5-2 montado por Renato, no papel usa três zagueiros e três volantes (nominalmente). Acontece que na prática, esses três "volantes" são volantes nem tão "volantes". Ou seja, eles não ficam presos na marcação, não são brucutus, tem qualidade, ótimo passe, sabem jogar e abastecem os atacantes. Eles marcam muito bem e atacam muito bem. Essa é a diferença. Se fossem três quebradores de bola (estilo Adriano), aí daria para dizer que Renato está maluco em ter três volantes na equipe. Não é o caso.
- Na minha opinião, o Grêmio joga no esquema 10-0/0-10. O meu esquema preferido.Nem sei se isso existe, mas inventei. Explico: sem a bola todos defendem como cães pitbull, são energicamente combativos e não dão refresco para o adversário. Inclusive Kléber e Barcos. TODOS são zagueiros.Quanta diferença da equipe do não-saudoso Pofexô!!!
Já com a bola, todos se arvoram a procurarem o gol, a vitória. Incessantemente!!!! Neste Grêmio de hoje, que venceu quatro seguidas no Campeonato Brasileiro, não existe bola perdida, os jogadores são incansáveis e muito aplicados na sua tarefa.
- Com três zagueiros, Pará e Alex Telles crescem na parada. Estão soltos e felizes como borboletas em tarde de primavera. Correm muito pela lateral e cruzam seguidamente para os atacantes. Estes agradecem...
- Os passes errados diminuíram sensivelmente nas duas últimas partidas. Sem passes errados, a bola anda e as jogadas têm uma boa continuidade.
- Então, não existe mistério. O fato é que Renato encontrou as peças certas para seu esquema. Apesar de que eu colocaria um meia mais agudo na minha equipe. Poderia ser Zé, Máxi ou Guilherme Biteco. Poderia ser no lugar de Souza que parece não estar nas suas melhores condições física e jogando com dores.
- E por fim, futebol é muito simples. Não precisa inventar e fazer "Pojétos" mirabolantes. Aliás, quanto mais simples, maior a possibilidade de ser vencedor.
Homenagem a Parazinho, "operário padrão" |
Então, na minha opinião, o essencial é manter a humildade e os pés no chão. Todos os grandes títulos do Grêmio foram conseguidos com muita dedicação de jogadores "operários". Chamo de operários aqueles que no lugar da vaidade dão preferência para aplicação, sacrífício e muita luta. Essa é a essência de nossa história. Isso não quer dizer que não possam ser bons de bola. No Grêmio, ser bom de bola não basta. Tem que ter muita raça. Tem que ter sofrimento e dor. Não tem jeito, isso está no nosso código genético.
E quem quiser ser vencedor no Imortal, obrigatoriamente tem que saber isso!