Xiru meio tonto ainda (foto Arigatô)
Desde 2007, quando comecei a escrever sobre o Grêmio, seria meu primeiro texto sem nenhuma esperança, beirando a amargura – coisa que, sabemos todos, é comportamento dos torcedores de outro time da cidade.
Mas o segundo tempo mudou o meu espírito de porco porque o Grêmio mudou de espírito.
O time melhorou um pouquinho, voltou mais ligado e mais organizado do que no primeiro tempo. Mas isto não seria o sificiente para deixar ninguém menos desconfiado. O que fez a vitória de ontem me dar uma esperança foi o gol-suicida do Riveros.
Primeiro, veio o flash-back daquela noite fria de julho de 1983, quando conquistamos a primeira Libertadores. Lembrei na hora do mergulho do César para o gol da vitória, quando tudo parecia empatado.
Depois, lembrei do time multicampeão dos anos 90 e o gol de testículos do Jardel na partida de volta contra o Palmeiras, na Libertadores de 95, e daquele Grêmio que lutava pelo resultado enquanto o juiz não apitasse o final do jogo.
E, finalmente, porque foi a primeira vez neste ano (e talvez nos últimos anos) em que alguém deu uma demonstração de vontade e de sacrifício pelo tricolor.
Quando o Riveros se atirou sem medo e fez um gol importantíssimo para o Grêmio, ele trouxe de volta o que todo o gremista espera ver em campo: raça, valentia, gana.
Louvemos este gol. E que, se ele não nos permitir sonhar com alguma coisa melhor nas competições que ainda temos este ano, pelo menos que sirva de exemplo para quem veste a camisa do Imortal.